Acessar o conteúdo principal
França/RSF

Dois meses após ataque a Charlie Hebdo, RSF publica lista de cartunistas ameaçados

Passados dois meses do atentado contra o jornal satírico Charlie Hebdo, ocorrido no dia 7 de janeiro de 2015, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publica em seu site uma lista de cartunistas ameaçados de morte por extremistas ou processados, em seus  respectivos países, por causa de seus desenhos.

Cartunistas perseguidos ou ameaçados de morte por causa de seus desenhos.
Cartunistas perseguidos ou ameaçados de morte por causa de seus desenhos. RSF
Publicidade

"Como confirmaram os atentados em Paris e Copenhague, os cartunistas se tornaram alvo de movimentos extremistas", diz a ONG em um comunicado. Repórteres Sem Fronteiras destaca que os cartunistas também sofrem pressão de estados e governos, que tentam abafar o trabalho dos desenhistas, seja por meio de leis restringindo a liberdade de expressão ou por ações de intimidação.

Para combater essas derivas, Repórteres Sem Fronteiras publica em seu site os perfis de oito caricaturistas ameaçados de morte ou perseguidos judicialmente por causa de seus desenhos. Entre eles estão Ferzat, na Síria; Dilem, na Argélia; Vilks, na Suécia; Zunar, na Malásia; Prageeth, no Sri Lanka; Bonil, no Equador; Kart, na Turquia; e Trivedi, na Índia.

O relator especial da ONU para a promoção e a proteção do direito à liberdade de opinião e expressão destacou, recentemente, que a expressão livre inclui a divulgação de informações suscetíveis de "ofender, chocar ou incomodar". Mas em contradição com o direito internacional, os poderes políticos, religiosos, econômicos ou militares, assim como grupos não institucionais, mostram-se pouco receptivos à sátira ou à crítica, lamenta a RSF.

Nova edição de Charlie atraiu menos leitores

A França continua em estado de alerta máximo contra ataques terroristas depois do massacre que matou 12 pessoas na redação do Charlie Hebdo. Mesmo traumatizados, os jornalistas que sobreviveram ao atentado publicaram uma nova edição do jornal no dia 25 de fevereiro. 

O segundo número depois dos ataques de Paris não provocou o mesmo entusiasmo que a chamada “edição dos sobreviventes”, que se esgotou assim que chegou às bancas, em 14 de janeiro, e teve que ser reimpressa várias vezes até atingir 8 milhões de exemplares. A redação do Charlie Hebdo esperou um mês e meio para elaborar um novo número. A segunda edição do jornal satírico após os ataques de janeiro foi impressa com 2,5 milhões de exemplares.

"C'est reparti!", ou "lá vamos nós outra vez", foi a manchete de capa do novo Charlie, que estampou um desenho do célebre cartunista Luz. Na capa vermelha, via-se um cachorro, correndo com um exemplar do semanário entre os dentes e sendo perseguido por um grupo de cães raivosos. Os personagens enfurecidos são representados pela líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, pelo papa Francisco, além de um terrorista e de um banqueiro.

O jornal retoma agora seu ritmo normal e volta às bancas uma vez por semana. O principal problema da publicação após os atentados é a reestruturação da redação e o recrutamento de novos cartunistas, que têm medo de integrar a equipe do Charlie Hebdo.

Na redação, o clima é de luta pela liberdade de imprensa. O editor-chefe do jornal, Riss, está consciente que nada será como antes depois dos atentados, mas diz não temer o futuro.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.