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França/Antissemitismo

François Hollande apresenta plano contra discriminação na França

O presidente francês apresentou nesta segunda-feira (23) um plano de ação contra a discriminação, visando principalmente o antissemitismo no país. O chefe de Estado disse que sanções serão adotadas para combater os ataques contra a comunidade judaica, mas também contra os crimes racistas e homofóbicos. Durante o discurso, François Hollande prometeu ainda reforçar os instrumentos existentes para impedir que franceses integrem o jihadismo, poucas horas após seis cidadãos do país terem seus passaportes confiscados antes de embarcarem para a Síria.

François Hollande fez um discurso durante a 30ª edição do jantar anual do Conselho representativo das instituições judaicas da França
François Hollande fez um discurso durante a 30ª edição do jantar anual do Conselho representativo das instituições judaicas da França REUTERS/Etienne Laurent
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O discurso de François Hollande foi feito durante a 30ª edição do tradicional jantar organizado em Paris pelo Conselho representativo das instituições judaicas da França (CRIF, na sigla em francês). O chefe de Estado disse que “não há antissemitismo ordinário” e que o país vai combater essa “lepra” que persiste, “70 anos após o Holocausto”.

O presidente francês pediu que sanções mais rápidas e eficazes sejam adotadas e que “declarações de incitação ao ódio, ao racismo, ao antissemitismo e à homofobia não sejam mais julgadas pelas leis da imprensa, e sim pelo direito penal”.

Luta contra antissemitismo na internet

O presidente pediu que medidas de controle seja reforçadas, principalmente na internet. “O ódio virtual só existe quando é difundido”, disse o chefe de Estado. “Quando sites de compartilhamento de vídeos divulgam intrigas antissemitas (...), a indiferença se transforma em cumplicidade”, comentou Hollande.

O líder francês enfatizou que, para não ser “cúmplices do mal”, os grandes grupos, como Facebook, Google, Apple ou Twitter, "devem participar da regulação digital”. Para isso, Hollande anunciou que pretende reunir, no mês de abril, os dirigentes dessas empresas para “concluir um acordo” visando combater o racismo e o antissemitismo, como já acontece com os crimes de pedofilia.

Diante do aumento de atos visando a comunidade judaica na França, que dobraram em 2014, o chefe de Estado também anunciou que o premiê, Manuel Valls, apresentará, “nos próximos dias” um plano que contará com uma lei, que deverá ser apresentada no Conselho de ministros de 18 de março.

Franceses que iam integrar o jihadismo têm passaportes confiscados

Numa tentativa de impedir que ocidentais integrem grupos terroristas, o governo francês confiscou nesta segunda-feira os passaportes de seis de seus cidadãos. Com idades entre 23 e 28 anos, os rapazes já haviam passado pela Síria e, segundo as autoridades, estariam se preparando para uma nova viagem ao país para atuar junto à jihadistas.

A medida, que visa impedir a saída do território francês, faz parte da lei antiterrorista adotada por Paris em novembro passado. Essa é a primeira vez que o texto é aplicado e as autoridades já analisam a situação de outras 40 pessoas, que poderiam ser alvo da mesma sanção.

Para o ministro francês do interior Bernard Cazeneuve, os franceses que vão combater na Síria ou no Iraque representam um risco quando voltam para o território francês.
 

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