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França/Terrorismo

França mobiliza 10 mil militares e reforça segurança em escolas judaicas

O governo francês mantém a região parisiense em alerta máximo contra atentados terroristas e reforça o policiamento em todo o país. Para evitar novos ataques antissemitas, o ministro do interior, Bernard Cazeneuve, anunciou que, a partir desta segunda-feira, 4.700 policiais vão garantir a segurança das 717 escolas e locais de culto judaicos em todo o território francês. Dentro de 48 horas dez mil militares serão mobilizados na proteção civil e atuarão junto com a polícia na segurança de pontos considerados sensíveis pelas autoridades.

Governo aumenta a segurança nas escolas e locais de culto judaicos na França
Governo aumenta a segurança nas escolas e locais de culto judaicos na França REUTERS/Yves Herman
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Cazenueve anunciou ainda a nomeação de um coordenador de segurança dos locais da comunidade judaica, Patrice Latron. Essas medidas excepcionais são tomadas em resposta aos atentados que mataram 12 pessoas na sede do jornal Charlie Hebdo, uma policial e quatro judeus em um supermercado kasher em Paris. Foram 17 mortos em três dias.

"No que diz respeito às escolas e lugares de culto, eu decidi por uma proteção poderosa e duradoura em uma reunião com o primeiro-ministro e o presidente da República", disse o ministro do interior na escola judaica Yaguel Yaacov, em Montrouge, próximo a Paris. O estabelecimento de ensino fica a poucos metros do local onde a policial Clarissa Jean-Philippe foi morta pelo terrorista Amédy Coulibaly. Os pais dos estudantes consideram que a presença da policial salvou as crianças de um ataque.

"Os judeus da França estão inquietos pelo crescimento do antissemitismo. Não queremos ver a lista de vítimas aumentar. Então é sempre reconfortante ver a mobilização completa do Estado, mas, ao mesmo tempo, é angustiante ter que estar em proteção permanente", afirmou nesta manhã Joël Mergui, presidente do consistório central israelita na França. "Esperamos durante muito tempo que a sociedade despertasse para o combate ao antissemitismo, ao terrorismo e ao islamismo radical. Isso deve ser um trabalho de todos os cidadãos. Se há três ou quatro milhões de embaixadores da luta contra o jihadismo, talvez venceremos", continuou.

Investigações dos atentados continuam

Sobre as investigações dos atentados, as autoridades continuam à caça de cúmplices dos jihadistas, especialmente de Amedy Coulibaly, autor do ataque ao supermercado judaico. O local recebe nesta segunda-feira a visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahou, que continua na capital depois de participar no domingo da Marcha Republicana ao lado de líderes mundiais e de François Hollande.

O governo da Turquia confirmou nesta segunda que a mulher de Amedy Coulibaly atravessou a fronteira da Turquia para a Síria na quinta-feira (8). Sem entrar em detalhes, o premiê Manuel Valls disse que Coulibaly teve o apoio de cúmplices.

Uma nova homenagem às 17 vítimas dos atentados em Paris foi programada para esta terça-feira, desta vez no monumento dos Inválidos. "Esta semana será uma semana de recolhimento e luto na França", disse o primeiro-ministro, informando que os enterros das vítimas vão acontecer na intimidade das famílias.

O presidente François Hollande faz uma reunião sobre a segurança do território francês no Palácio do Eliseu. O governo estuda, entre outras medidas, reforçar o isolamento de presos que pregam a radicalização islâmica nos presídios.

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