Chip no cérebro para combater doenças? Colóquio debate futuro da tecnologia na saúde
Projetos tão inovadores quanto implantação de chips no cérebro para lutar contra o mal de Parkinson e de nanorobôs no corpo para evitar a obesidade foram apresentados em uma conferência inédita encerrada neste sábado (22) na capital francesa. Cientistas do mundo inteiro foram a Paris para o primeiro Colóquio Internacional de Trans-humanismo. Para eles, a sobrevivência da humanidade depende da tecnologia.
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Uma melhor interface entre o homem e a máquina, maneiras de estimular o crânio por equipamentos e próteses de memória foram alguns dos temas abordados. O evento reuniu não apenas neurologistas e especialistas em bioética, mas filósofos, antropólogos e sociólogos, que debateram o futuro da humanidade à luz do desenvolvimento tecnológico.
O trans-humanismo, corrente de pensamento pouco conhecida, foi criado no início dos anos 1980 por futurologistas da Califórnia. Eles defendem que o homem pode ser “melhorado” graças à tecnologia.
Atualmente, a luta contra a velhice ocupa o foco das atenções dos cerca de 5 mil seguidores da corrente no mundo, a maior parte instalada nos Estados unidos. Na França, a Associação Francesa de Trans-humanismo tem 200 associados.
Financiamento de grandes empresas
Para avançar nas pesquisas, os laboratórios de trans-humanismo recebem fundos milionários de empresas conhecidas, como Google, Facebook e a NASA. É o caso da Science Research Foundation, especializada em encontrar receitas contra o envelhecimento, que se beneficiou de um financiamento de US$ 6 milhões do diretor da Paypal, gigante americana de pagamentos pela internet. Aubrey De Grey, diretor da fundação, trabalha para encontrar um tratamento que permita o rejuvenescimento de 20 anos em pacientes que já passaram dos 50.
“As pessoas ainda têm medo porque as pesquisas envolvem o cérebro e a inteligência, sem se dar conta de que, na realidade, o homem já é um cyborg”, afirma James Hugues, diretor da principal associação americana de trans-humanismo, a Humanity. “As pessoas aceitam pernas biônicas nos amputados, mas se preocupam com a perda das características humanas no homem. Mas nós só vamos recorrer a essas tecnologias para melhorar a nossa saúde, sermos mais humanos, mais inteligentes, sãos e felizes”, avalia.
Hugues garante que, nas próximas décadas, as próteses no cérebro serão cada vez mais sofisticadas e utilizadas para combater as mais diversas anomalias, além de melhorar o desempenho de pacientes sadios.
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