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França/assassinato

Responsáveis pelo assassinato dos jornalistas da RFI no Mali serão punidos, afirma chanceler francês

Neste domingo (2), a RFI lembra a morte, há exatamente um ano, dos jornalistas Ghislaine Dupont, 57 anos, e Claude Verlon, 55 anos, capturados e assassinados a tiros em Kidal, no nordeste do Mali, depois de uma entrevista. Mas a investigação do crime se revela uma árdua tarefa, apesar do otimismo do chanceler francês Laurent Fabius.

A morte de Ghislaine Dupont e Claude Verlon teria sido uma resposta à presença militar francesa no Mali.
A morte de Ghislaine Dupont e Claude Verlon teria sido uma resposta à presença militar francesa no Mali. © Radio France International
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Em um comunicado divulgado neste domingo à ocasião da Primeira Jornada Internacional contra o fim da impunidade dos crimes cometidos contra jornalistas, o chanceler francês Laurent Fabius homenageou os jornalistas da RFI. “Muitos jornalistas, como nosssos dois compatriotas no Mali, Camille Lepage na República Centroafricana e James Foley e Steven Sotloff, assassinados pelo grupo Estado Islâmico na Síria, pagam com a própria vida o compromisso pela liberdade de imprensa”, disse.

De acordo com o ministro, a investigação se desenvolve em uma “série de direções”. Sem dar maiores detalhes, ele repetiu o que já havia declarado há alguns dias na Assembleia Nacional: “não é apenas uma vontade, eu acho que poderemos identificar e prender os autores e mentores do crime”, afirma. A investigação do crime está nas mãos da divisão antiterrorista de Paris, que emitiu em 2013 um mandado de prisão contra o tuaregue Baye ag Bakabo, ligado à Aqmi, filial da Al Qaeda no Magreb, e proprietário do veículo em que estavam os dois enviados especiais no momento do sequestro.

Segundo o chanceler francês, “há uma boa colaboração entre a França e o Mali e os mediadores em Alger, Bamako e os grupos do norte. Isso pode facilitar a identificação e prisão dos assassinos. Eu acredito e espero que essa seja a boa pista”, acrescentou. Um dos principais problemas é que, por questões de segurança, a polícia tem tido dificuldades para ir até Kidal para interrogar os suspeitos, disse à RFI Gilbert Thiel, um dos juízes da divisão antiterrorista de Paris.

A polícia também tem poucas provas para identificar com precisão a identidade dos autores do sequestro. Apesar das digitais e amostras de DNA recolhidas na cena do crime, ainda não foi possível comprovar que o material pertence aos suspeitos. O assassinato foi reivindicado pela Aqmi, a filial da Al Qaeda no Magreb, em represália à intervenção francesa no Mali.

Advogado da família diz que conclusões de ministro são "precipitadas"

Para o advogado da mãe de Ghislaine Dupont, Christophe Deltombe, o posicionamento do ministro “é um pouco precipitado.” De acordo com ele, ainda não sabe quem são os responsáveis pelo sequestros, apesar de alguns nomes suspeitos terem vindo à tona. “Ainda não sabemos o que motivou esse sequetro e faltam muitos elementos para supor que essa investigação está praticamente concluída”, declarou.

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