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França/Mali/Terrorismo

Reivindicação da Al Qaeda parece séria, diz Fabius

As autoridades francesas analisam a veracidade do comunicado do grupo Aqmi (Al Qaeda do Magreb Islâmico, braço do grupo terrorista no norte da África), que reivindicou ontem o duplo assassinato dos jornalistas da RFI, executados sábado em Kidal, no norte do Mali. O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, afirmou hoje que a reivindicação é "plausível". O crime seria uma resposta à ação militar francesa no Mali.

O chanceler Laurent Fabius fala durante cerimônia em memória dos jornalistas da RFI ocorrida nesta quarta-feira, no Museu do Quai Branly, em Paris.
O chanceler Laurent Fabius fala durante cerimônia em memória dos jornalistas da RFI ocorrida nesta quarta-feira, no Museu do Quai Branly, em Paris. RFI/Pierre René-Worms
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A reivindicação foi divulgada no site de informações Sahara Media, baseado na Mauritânia, e que tradicionalmente publica os comunicados emitidos pela Aqmi. Segundo o documento, os terroristas teriam assassinado no sábado os enviados especiais da Rádio França Internacional Ghislaine Dupont e Claude Verlon em resposta à ação militar francesa contra grupos extremistas muçulmanos no Mali.

Além de reivindicar o crime, a Aqmi lançou novas ameaças. De acordo com o documento, a morte dos dois enviados da RFI seria “apenas uma amostra do preço que o presidente François Hollande e o povo francês vão pagar” pela operação Serval, nome dado à intervenção militar lançada por Paris para bloquear o avanço dos grupos extremistas armados na Mali.

Em um comunicado divulgado logo após a reivindicação, a presidência francesa declarou que vai continuar apoiando o governo do Mali e "usará todos os seus meios para que esses crimes não fiquem impunes, quaisquer que sejam os autores”.

Cerimônia em homenagem aos dois reporteres mortos no Mali.
Cerimônia em homenagem aos dois reporteres mortos no Mali. RFI/Pierre René-Worms

Investigações avançam

Segundo fontes de segurança malinesas, 35 pessoas foram detidas para interrogatório sobre o caso e os serviços de inteligência franceses já identificaram quatro suspeitos de envolvimento direto com a morte dos dois enviados da RFI.

Militares franceses e malineses buscam intensamente esses quatro suspeitos. O chefe do bando é Abdelkrim Targui, líder de um grupo jihadista que libertou há oito dias quatro reféns franceses sequestrados durante três anos na região e que provavelmente ainda mantém em cativeiro um outro francês, Serge Lazarevic. Dois dos suspeitos são considerados bandidos comuns, que não agem por motivação fundamentalista islâmica. Eles seriam fornecedores de carros roubados para os terroristas da Aqmi. 

Uma das hipóteses para a execução dos jornalistas é que a pick-up em que eles estavam sendo transportados para o cativeiro quebrou no deserto, e os sequestradores decidiram eliminá-los para fugir com mais facilidade.

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