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França/Pílula

França vai retirar pílula Diane 35 e genéricos do mercado em 90 dias

A agência francesa de segurança dos medicamentos (ANSM) informou hoje que vai retirar do mercado francês, no prazo legal de 90 dias, a pílula Diane 35 e todos os seus genéricos, após a revelação de que o medicamento causou 125 casos de trombose venosa e foi diretamente responsável pela morte de quatro usuárias nos últimos 25 anos. A ministra da Saúde, Marisol Touraine, aconselhou as mulheres que tomam atualmente a Diane 35 a 'não entrar em pânico'.

A pílula Diane 35 foi lançada para tratar da acne, mas é prescrita há 20 anos como contraceptivo.
A pílula Diane 35 foi lançada para tratar da acne, mas é prescrita há 20 anos como contraceptivo. AFP/Philippe HUGUEN
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As mulheres que apresentaram graves problemas de saúde com a plílula Diane 35, com idades entre 18 e 42 anos, sofreram acidentes vasculares variados, como emboliar pulmonar ou derrame. Fabricada pelo laboratório alemão Bayer, a Diane 35 recebeu autorização para venda na França como um tratamento antiacne, mas desde que chegou às farmácias, em 1987, é amplamente receitada como contraceptivo.

Dominique Maraninchi, diretor geral da agência francesa de segurança dos medicamentos, disse nesta quarta-feira que todos os lotes da pílula serão retirados do mercado. Ele recomendou às pacientes sob tratamento que não interrompam o uso da pílula e procurem o quanto antes um médico para pedir orientação. Estima-se qua atualmente 315 mil mulheres tomem a Diane 35 na França.

A ministra da Saúde afirmou que a pílula é de longe o método anticoncepcional mais utilizado pelas francesas. "Para cada mulher existe um contraceptivo adequado", disse Touraine, o importante é não ceder ao pânico", declarou a ministra.

A polêmica envolvendo as pílulas anticoncepcionais de terceira e quarta geração começou em dezembro, quando a imprensa publicou o depoimento de uma jovem de 25 anos que prestou queixa contra o laboratório Bayer, vítima de sequelas irreversíveis depois de um derrame. Em seguida, diversas queixas vieram à tona. Na semana passada, o Ministério Público francês abriu um inquérito preliminar para avaliar 14 casos. A partir de março o governo francês deixará de reembolsar as pílulas que são alvo de investigação, segundo a ministra.

Médicos ouvidos pela RFI afirmam que os contraceptivos só devem ser utilizados se as contra-indicações forem respeitadas à risca, o que nem sempre acontece. Entre elas, um histórico familiar de trombose ou outros acidentes vasculares e enxaqueca com aura, por exemplo. A pílula também não é recomendada para mulheres que fumam ou acima dos 35 anos.

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