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Transgênicos

Agências estatais francesas rejeitam estudo que vincula milho transgênico a câncer

A Agência de Segurança Alimentar e o Alto Conselho de Biotecnologia da França publicaram hoje dois pareceres distintos que apontam para a mesma conclusão. O estudo de Gilles-Eric Séralini, da Universidade de Caen, que associava o consumo de milho geneticamente modificado ao desenvolvimento de tumores carece de embasamento científico.

O professor de biologia Gilles-Eric Séralini que publicou estudo associando o consumo de milho transgênico ao câncer.
O professor de biologia Gilles-Eric Séralini que publicou estudo associando o consumo de milho transgênico ao câncer. AFP PHOTO/JACQUES DEMARTHON
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O parecer da Agência de Segurança Alimentar afirma que o estudo do professor Gilles-Eric Séralini não permite associar o consumo do milho transgênico NK603, produzido pela Monsanto, e o herbicida Round Up, da mesma empresa, ao desenvolvimento de câncer. Para a agência, a fragilidade principal do estudo é que as conclusões dos autores não se baseiam em dados sólidos que permitam fazer uma relação direta de causa e efeito.

O estudo do professor Seralini mostrava ratos que foram submetidos ao consumo de milho transgênico e, em seguida, apresentaram vários tipos de tumor. Seralini argumenta que o consumo desse tipo de milho transgênico provocava, principalmente, câncer de mama e distúrbios renais e hepáticos.

Apesar da polêmica em torno dos experimentos realizados pelo professor Seralini, ele obteve uma vitória parcial. A Agência de Segurança Alimentar reconheceu a originalidade da pesquisa e defende estudos mais aprofundados sobre a questão.

O Alto Conselho de Biotecnologia também divulgou uma recomendação nesta segunda-feira para que sejam realizados estudos de longo prazo de forma independente e sob a supervisão dos serviços públicos em assuntos relativos à segurança alimentar.

Em um comunicado, o conselho afirma que os trabalhos do professor Selarini que afirmavam que o milho transgênico é altamente tóxico e cancerígeno não é "conclusivo". Mas a instituição pondera que é preciso responder às dúvidas da sociedade sobre a segurança do consumo do cereal geneticamente modificado.

O Ministério da Agricultura da França declarou que vai analisar os dois relatórios atentamente, mas que pretende debater sobre o processo de autorização e comercialização de produtos transgênicos em nível nacional e europeu.

Na última sexta-feira, seis importantes instituições científicas da França divulgaram um comunicado comum no qual criticavam duramente o estudo de Seralini. Para eles, o trabalho não tem nenhum rigor científico, os dados são insuficientes, o que não permite "uma conclusão confiável".  A Monsanto já havia questionado a validade do estudo. No mês passado, a empresa escreveu que o trabalho "não respeitava as normas mínimas necessárias em uma pesquisa científica".
 

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