Acessar o conteúdo principal
França/delinquência

Batedores de carteira diversificam métodos em Paris

Cerca de 29 milhões de turistas visitam Paris todos os anos, o que faz da capital francesa a cidade mais visitada do mundo, e também um paraíso para os batedores de carteiras. Os métodos para distrair as vítimas mudam com frequência, e a criatividade dos ladrões não têm limites.

Foto de sinalização nas dependências da Torre Eiffel
Foto de sinalização nas dependências da Torre Eiffel Flickr
Publicidade

O turista em Paris em geral pode visitar a cidade sem medo, mas precisa ficar atento. Existem poucos casos de assaltos com violência física, mas os batedores de carteira inovam a cada dia, e os furtos são comuns. Nesta entrevista à RFI, a chefe da Brigada de Repressão ao Banditismo, Hèléne Dupif, traça o perfil do ladrão que perambula pelos principais pontos turísticos da cidade.

Quais são os tipos de furtos mais freqüentes em Paris ?

O essencial continua sendo os pickpockets, batedores de carteira. Mas é importante fazer um parênteses: Paris não é uma cidade onde somos furtados a cada esquina. O tipo de furto mais comum ocorre no transporte público. O turista, claro, anda muito de metrô ou ônibus, e existem batedores de carteira especializados. Mas também tem outros métodos. Ladrões que vão tentar conversar com os turistas, por exemplo. No início, o turista, que não entende francês, vai prestar atenção. Ou então encostam no braço, fingem dar um golpe de judô com a perna e, durante esse meio tempo, roubam a carteira. Eles são muito hábeis.

Existem outros métodos?

Também tem um outro tipo de furto, conhecido como o ‘furto da mancha.’ Os ladrões, vão usar um pouco de maionese, catchup ou xampu e espirrar no ‘alvo’. Depois se aproximam da pessoa e dizem : "sua roupa está manchada, deixa eu ajudar." A vítima tira o casaco, e a dupla, porque geralmente eles agem em dupla, aproveita para roubar a carteira e o dinheiro. Em qualquer caso, o objetivo é sempre desviar a atenção.Pessoas que dormem também podem ser furtadas. Saindo de uma festa, as pessoas bebem um pouco demais e acabam dormindo em um banco, por exemplo, ou no metrô. Um ladrão aproveita para roubar a carteira e levar o que tem no bolso. Há também, mesmo que seja menos frequente, o golpe do falso policial. Eles mostram documentos de identidade falsos e os turistas, que não conhecem a polícia francesa, acabam mostrando a carteira. Esse também é um modus operandis pouco frequente, mas que existe.

Quais são os turistas mais atingidos por esse tipo de violência ?

Infelizmente, são os japoneses. No Japão, não existe delinquência na rua, a sociedade canaliza todos esses desvios de comportamento, e os japoneses, ainda por cima, gostam de ter dinheiro na mão, então são, naturalmente, alvo dos ladrões. Fazemos um trabalho conjunto com a embaixada do Japão em Paris para que as autoridades japonesas sensibilizem os futuros turistas em relação aos riscos existentes.

Quais os locais, além da Torre Eiffel, onde ocorre o maior número de assaltos em Paris ?

A Torre Eiffel é um local propício para esse tipo de furto, mas os turistas também precisam ficar atentos nos transportes e nos museus. Se você vai ao Louvre, por exemplo, você verá que há centenas de turistas diante da Monalisa, fascinados pelo quadro, que sem saber correm o risco de ter a carteira roubada. Aliás, no Louvre, há cartazes avisando os turistas da presença de batedores de carteira em potencial, que podem aproveitar desse momento onde as pessoas estão apreciando o quadro.

Depois do desmantelamento de uma rede criminosa de ciganos romenos, o número de furtos envolvendo esses menores diminuiu ?

É uma forma de furto que ainda existe. Duas meninas apresentam uma petição e pedem para você assinar. Elas agem sempre em dupla, nos cafés. Isso já existe há muito tempo e resiste, mesmo que a gente consiga limitar os danos, com as prisões. Mas esses método de furto, que consiste a desviar a atenção de alguém, não é um privilégio dos delinquentes ciganos romenos. Temos criminosos que vêm da América do Sul e são grandes especialistas nesse tipo de infração.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.