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França/Desemprego

França ultrapassa limite simbólico de 3 milhões de desempregados

O desemprego continuou a aumentar pelo 16° mês consecutivo na França no mês de agosto. O país ultrapassou o limite simbólico dos três milhões de desempregados pela primeira vez desde junho de 1999, segundo informações divulgadas hoje pelo ministério do Trabalho. Os mais afetados foram as pessoas idosas e os jovens.

O índice de desemprego na França aumentou em agosto pelo 16° mês consecutivo.
O índice de desemprego na França aumentou em agosto pelo 16° mês consecutivo. REUTERS/Eric Gaillard
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O ministro do Trabalho francês, Michel Sapin, confirmou nesta quarta-feira que o limite simbólico de três milhões de desempregados na França foi ultrapassado em agosto.

O número de desempregados sem nenhuma atividade aumentou 0,8% no mês passado, chegando a um total de 3.011.000, o mais alto desde junho de 1999. Em um ano, o aumento acumulado foi de 9,2%.

Levando-se em conta as pessoas que exercem algum tipo de atividade remunerada, o número de desempregados aumentou de 0,9% e chegou a 4.492.600. Esse número é o mais alto de todas as estatísticas fornecidas pelo ministério, que começam em janeiro de 1996.

Segundo Michel Sapin, esses três milhões de desempregados sem nenhum atividade representam "muito desespero", mas "são o resultado de uma política" e "uma das razões pelas quais os franceses quiseram mudar de presidente da República".

Ele defendeu a adoção de políticas para "limitar" os efeitos dos planos de reestruturação de grandes empresas e de "instrumentos" para estimular a criação de empregos.

O aumento do desemprego "não é inelutável", avaliou nesta quarta-feira François Chérèque, o secretário-geral da Confederação Francesa Democrática do Trabalho, uma das maiores organizações sindicais da França. Para ele, é preciso lutar contra a "falta de previsão" e a "baixa capacidade de competitividade" das empresas.

Inversão da tendência

Apesar desses dados pouco animadores, o presidente François Hollande já havia se comprometido no início do mês a "inverter a tendência" do desemprego em um ano.

Especialistas e sindicalistas consideram esse objetivo pouco realista. Jean-Claude Mailly, secretário-geral de Força Operária, uma outra grande organização sindical francesa, diz que essa é "uma aposta arricada". "Quando se tem um crescimento próximo de zero, o desemprego aumenta, há um efeito quase mecânico", afirma ele.

Para estabilizar o índice de desemprego, seria necessário um crescimento anual de 1%, e para reduzi-lo seria preciso um crescimento entre 1,5% e 2%, segundo uma estimativa de Eric Heyer, economista do Observatório francês das conjunturas econômicas.
 

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