Para sindicato, desemprego na França é "dramático"

Depois do anúncio de ontem do ministro do Trabalho Michel Sapin, que afirmou que a França ultrapassou a barreira de 3 milhões de desempregados, as centrais sindicais reagiram com preocupação. Os sindicatos pedem uma ação urgente do governo francês para superar o problema.

Guichê do Pôle Emploi, agência estatal de emprego na França. AFP / François Nascimbeni

Na avaliação da CGT, o elevado índice de desemprego na França é uma "situação dramática". Além do contingente de 3 milhões de desempregados, o sindicato também alerta para o número de trabalhadores franceses subempregados. Segundo as estimativas dos sindicalistas entre 5 milhões e 6 milhões de franceses estariam nessa categoria. Para a central sindical, a receita é mais investimentos, especialmente na qualificação profissional.

"Não aceitamos [a explicação] que a crise econômica, a crise social e o nível do desemprego sejam causados pelos trabalhadores franceses que custam muito caro e queaproveitam uma legislação de trabalho muito rígida", afirmou a CGT. 

Já os empresários franceses têm um outro diagnóstico. Eles insistem nas reformas no mercado de trabalho para dar mais flexibilidade aos contratos e para diminuir os custos com a mão de obra. Quanto ao governo francês, uma das principais medidas anunciadas de combate ao desemprego foi a geração de 150 mil empregos subsidiados pelo Estado para jovens sem qualificação ou experiência profissional.

Uma intervenção mais pesada do Estado, porém, vai depender do crescimento da economia francesa. O governo continua a apostar em um crescimento 1% neste ano, mas as previsões dos economistas não ultrapassa 0,5%. Logo, para os analistas, a solução da escalada do desemprego vai ter que passar por negociações intensas entre patrões, empregados e o governo.