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França/ acidente

Airbus volta a acusar pilotos por acidente com o AF447

A fabricante Airbus se defendeu hoje das críticas feitas ontem pelos advogados das famílias das vítimas do vôo AF447, entre o Rio de Janeiro e Paris, voltando a reafirmar os erros de pilotagem cometidos pela tripulação. Nesta terça-feira, foi apresentado um relatório elaborado por peritos judiciais no qual as responsabilidades da construtora foram destacadas.

Fabricante alega que pilotos erraram trajeto antes de sondas congelarem.
Fabricante alega que pilotos erraram trajeto antes de sondas congelarem. DR
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As críticas mais contundentes foram feitas pelo advogado Alain Jakubowicz, da associação francesa Entreaide et Solidarité. Ele destacou que os erros de pilotagem ocorreram após o início das falhas técnicas do Airbus A330.

Hoje, a gigante aeronáutica reagiu argumentando que, antes que as sondas de velocidade (pitots) congelassem, a tripulação já havia se equivocado na escolha do trajeto para atravessar o oceano Atlântico. “A trajetória escolhida pelos pilotos é contestável”, disse uma fonte à agência AFP, durante a Feira Internacional de Aeronáutica de Farnborough, na Inglaterra.

A investigação do acidente mostrou que outros aviões que passavam pela mesma região que o AF447 na noite de 31 de maio de 2009 optaram por mudar radicalmente o trajeto ao perceberem a aproximação de uma tempestade, enquanto os pilotos da Air France fizeram leves alterações.

A Airbus ainda chamou a atenção para o fato de que “a perda dos dados de velocidades [ocasionada pelo congelamento das sodas] deveria ter levado os pilotos a aplicar os procedimentos de ‘velocidade duvidosa’, o que se traduz por desconectar o diretor de voo”. Este instrumento, que sugere comandos para manter a estabilidade e a trajetória do avião, pode ter induzido os pilotos ao erro, como indicou o Escritório de Investigações e Análises (BEA), no seu relatório final da investigação da tragédia, divulgado na semana passada. O órgão concluiu que a tragédia ocorreu por uma combinação de falhas técnicas e humanas.

“Como disse o BEA, nós não saberemos jamais se os pilotos obedeceram os diretores de voo, final não havia câmeras na cabine. Mas se eles o fizeram, a fase de tentativa de estabilização da trajetória [ocorrida após o desligamento do piloto automático] não pode, de forma alguma, ter sido influenciada pelo diretor de voo”, declarou o porta-voz da empresa. A fonte insistiu que a Airbus “sempre apoiou” as investigações”, inclusive “na busca pelas caixas-pretas, sem as quais ninguém poderia compreender este acidente”.

A Airbus, junto com a companhia aérea Air France, foram indiciadas na Justiça por homicídio culposo em março de 2011.
 

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