Hollande deve apostar em políticas sociais para conquistar extrema-direita
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Se quiser garantir a vitória segundo turno das eleições presidenciais francesas, o candidato socialista François Hollande precisa resolver uma equação complexa: manter o apoio da esquerda ao mesmo tempo em que também deve conquistar os eleitores da extrema direita, responsáveis pelos quase 18% das urnas obtidas pela candidata Marine Le Pen no primeiro turno.
Nesta semana, por exemplo, o socialista afirmou ser favorável a um maior controle da imigração econômica em tempos de crise. Também disse que manteria a lei que proíbe o uso da burca em estabelecimentos públicos, caso seja eleito.
O cientista político Ricardo Ismael, da PUC do Rio, considera que Hollande deve investir nas críticas a Sarkozy, que possui um alto nível de reprovação dos franceses. "Ele deve apostar no anti-Sarkozismo e tentar conquistar os eleitores que querem punir o presidente", disse.
De acordo com Sylvain Crépon, especialista na extrema direita pela Universidade de Nanterre, as chances de Hollande conquistar os eleitores mais à direita do partido são muito pequenas, por isso ele deve se concentrar nos que votaram em Le Pen para protestar contra a crise.
"A carta que François Hollande pode jogar é a carta social. O eleitorado que votou por Marine Le Pen é um eleitorado popular, operário, e também desempregados e pessoas sem diploma. A única solução possível para Hollande diante deste eleitorado é a partir das suas próprias referências, ou seja, tentar tranquilizá-los com uma melhora da situação social na França", analisou Crépon. "Mas é verdade que a margem de manobra de Hollande é extremamente reduzida."
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