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AFF7/Acidente

Sindicato de pilotos pede mudanças em Airbus para evitar novo AF447

O Sindicato Nacional dos Pilotos de Linha da Air France divulgou um documento nesta terça-feira questionando as primeiras conclusões do relatório de etapa do BEA, a agência civil francesa que investiga as causas do acidente com o voo AF447, que caiu no dia 31 de maio de 2009 matando 228 pessoas. O relatório, divulgado no dia 29 de julho, indica que as manobras executadas pelos pilotos teriam provocado a catástrofe.

Cerimônia em homenagem às vítimas do voo AF447.
Cerimônia em homenagem às vítimas do voo AF447. Air France
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No documento de 14 páginas, o sindicato, que se retirou oficialmente das investigações, pede que o relatório final sobre o acidente esclareça as questões ligadas ao congelamento dos sensores Pitot. As sondas, que medem a velocidade, originaram os incidentes culminaram na queda do voo AF447. O Sindicato da Air France também pede que a concepção do alarme de perda de sustentação, que teria confundido os pilotos e os induzido a executar a manobra errada, seja revista.

No documento divulgado nesta terça-feira, o sindicato também pede uma revisão do design do Airbus330, dos comandos de voo e do alarme de perda de sustentação. A formação dada à tripulação na época também foi inadequada, e contribuiu para a perda de controle do avião, segundo os pilotos. O sindicato lembra que o programa dessas formações foi determinado e validado pelas autoridades de segurança aerea.

Os pilotos ainda questionam porque alguns segundos antes do desligamento do piloto automático, as indicações dos sensores de temperatura  "aumentaram bruscamente e depois caíram a -10° e -5°." O Sindicato ainda pede que o relatório do BEA incluia uma recomendação aos fabricantes, para que os pilotos possam ser informados em caso de congelamento dos sensores durante o voo, e das consequências em algumas funções automáticas.

O congelamento dos sensores, na verdade, não pode ser detectado nos radares meteorológicos de bordo, e o risco "vem sendo subestimado", afirma o documento. "Os pilotos são primordiais para a segurança aerea e a última possibilidade existente para salvar uma situação que pode conduzir a um acidente. Desta forma, devem poder se basear em equipamentos que funcionam de maneira lógica e compreensível, e em procedimentos claros", diz o texto.

A Justiça francesa indiciou a Airbus e a Air France por homicídio culposo, em 2011, depois da descoberta das caixas-pretas do Airbus 330 que caiu no oceano Atlântico em maio de 2009. A descoberta do CVR (Cockpit Voice Recorder) e do FDR (Flight Data Recorder) trouxe à tona diversas suspeitas sobre o bom funcionamento da aeronave. A imprensa francesa revelou, cerca de um mês depois da divulgação do relatório de etapa em julho, que o BEA teria omitido uma recomendação sobre os alarmes de perda de sustentação, que poderiam ter confundido os pilotos e os induzido ao erro. O relatório final do acidente será divulgado em junho pelo BEA.

 

 

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