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França/Justiça

Brasileira será julgada na França por matar e esconder corpo de ex-companheiro

A justiça francesa começa nesta quinta-feira o julgamento da brasileira Denize Soares, de 42 anos, acusada de ter envenenado em 2004 seu companheiro francês e enterrado o corpo dele, encontrado 4 anos mais tarde no Brasil. Denize, que nega as acusações, responderá a um processo por assassinato em Grenoble, no sul da França.

Palácio de Justiça de Grenoble, no sudeste da França.
Palácio de Justiça de Grenoble, no sudeste da França. Wikimedia
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Denize Soares é acusada de ter dado a seu ex-companheiro Sébastien, na época com 31 anos, doses mortais de cianeto e depois ter escondido o corpo dele nos arredores de Salvador durante as férias do casal, quando foram apresentar o filho de 18 meses à família dela.

Três semanas depois Denize voltou à França sozinha e disse aos sogros, com quem trabalhava em uma floricultura, em Grenoble, que Sébastian tinha se apaixonado pelo Brasil e tinha decidido ficar no país. Durante a ausência do filho, os pais receberam vários cartões postais de Sébastien. Mas as investigações revelaram que tinham sido enviados por Denize em outras viagens feitas por ela ao Brasil.

Os pais de Sébastien disseram aos investigadores que Denize mostrou um vídeo onde o filho deles manifestava o desejo de ficar no país. Segundo eles, a gravação, datada do dia 17 de agosto, supostamente no dia de sua morte, mostrava o jovem aparentemente sob efeito de medicamentos.

Sem contato por telefone com o filho durante 8 meses e assustados com débitos acima de 10 mil euros em sua conta bancária, os pais decidiram viajar ao Brasil no início de 2005. Após descobrirem que ninguém morava no endereço indicado e que as informações eram de que Sébastien tinha voltado à França, eles registraram queixa nos dois países.

Durante as investigações, a polícia judiciária de Grenoble descobriu que Denize havia sacado 34 mil euros da conta de seu companheiro sem ter procuração legal e também embolsou 50 mil euros através de transações fraudulentas ligadas a aplicações financeiras.

Detida em setembro de 2006, a brasileira foi libertada um ano depois por falta de provas e devido à ausência do corpo. O caso teve uma reviravolta em 2008 após o depoimento de um homem que contou aos policiais as confidências feitas a ele pelo irmão de Denize.

Em depoimento, o irmão confessou que Denize pediu a ele para comprar o veneno colocado na cerveja de Sébastien. Depois, ela convenceu o irmão a ajudar a enterrar o corpo, encontrado com a ajuda de uma testemunha, em uma estrada de areia, próximo a Salvador.

Denize Soares foi novamente detida e colocada em prisão preventiva. O irmão dela, que será julgado no Brasil por cumplicidade no crime, será ouvido no julgamento de quinta-feira através de videoconferência.

 

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