Dono do silicone PIP é solto e não responderá por homicídio
O fundador da empresa de próteses mamárias PIP, Jean-Claude Mas, envolvido em um escândalo mundial ao vender silicone defeituoso, foi formalmente indiciado ontem à noite em Marselha, no sul da França, por lesão corporal culposa. O empresário francês, de 72 anos, havia sido preso ontem às 7h da manhã, na residência de sua companheira em Six-Fours-les-Plages, e foi solto no final da noite.
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O Ministério Público também o havia acusado de homicídio culposo, mas a juíza que avalia o caso, Annaïck Le Goff, decidiu que o dono da PIP será apenas testemunha no processo que verifica se a morte de duas mulheres que usavam próteses da marca ocorreu em consequência da má qualidade do produto. O empresário agora está submetido a controle judicial, em troca do pagamento de uma fiança de 100 mil euros, e está proibido de deixar o território francês.
O advogado de Mas, Yves Haddad, disse que, durante a detenção, ele "respondeu a centenas de perguntas" feitas pela juíza, ao longo de três horas de interrogatório. "Estamos satisfeitos que Mas tenha podido se explicar. É um alívio para ele", declarou o defensor.
Jean-Claude Mas admite ter utilizado um gel não autorizdo para produzir as próteses de silicone, mas sempre negou que o produto fosse perigoso para a saúde.
Em paralelo, ao longo do dia a polícia realizou buscas e apreensões na luxuosa mansão da companheira de Mas, onde havia obras de arte valiosas, de acordo com o procurador da República de Marselha, Jacques Dallest.
Claude Couty, ex-diretor-geral da PIP, continua preso e vai responder hoje aos questionamentos da Justiça.
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