Justiça francesa vai investigar patrimônio de ex-presidentes árabes
O Tribunal de Justiça de Paris anunciou na sexta-feira que abriu duas investigações sobre as fortunas dos ex-presidentes Zine el-Abidine Ben Ali, da Tunísia, foragido na Arábia Saudita, e Hosni Moubarak, do Egito, em prisão domiciliar em Charm-el-Cheikh. A notícia foi bem recebida pelas associações de combate à corrupção.
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As associações de luta contra a corrupção Sherpa, Transparency International e a Comissão Árabe de Direitos Humanos estão satisfeitas com o passo dado pela justiça francesa. Em 19 de janeiro passado, as três associações haviam entrado com uma queixa ao procurador da República de Paris, o que causou a abertura de uma investigação preliminar. Sem resultados, no dia 9 de junho passado uma nova queixa foi dada pelas mesmas associações, mas desta vez com a constituição de uma parte civil. Foram pedidas a abertura de uma investigação judicial e a designação de um juiz para acompanhar o caso.
A decisão da justiça da França abre caminho para as associações terem acesso aos dossiês e pedir investigações complementares sobre os bens das famílias dos dois ex-presidentes.
Patrimônios
As associações não têm muitas informações sobre o patrimônio de Hosni Moubarak na França, tendo confiscado apenas um avião particular da família, no aeroporto de Bourget..
Em compensação, o ex-presidente tunisiano, Zine El Abidine Ben Ali, cuja fortuna é avaliada em US$5 bilhões, teria palacetes em Paris, um chalé na luxuosa estação de esqui de Courchevel, na Savoia, além de uma ou duas mansões na Côte d'Azur. Doze contas bancárias pertencentes a quatro pessoas próximas a Ben Ali, equivalentes a 12 milhões de euros (cerca de R$27 milhões) já foram congeladas no país.
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