Detenção de diretor do FMI causa terremoto político na França
A detenção do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, causou um verdadeiro terremoto político na França. A prisão pode alterar completamente a corrida presidencial francesa, já que Strauss-Kahn era apontado como um dos principais presidenciáveis do Partido Socialista e o candidato mais "preparado" para bater o atual presidente, Nicolas Sarkozy, nas eleições de 2012.
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O diretor do FMI foi detido neste sábado, em Nova Iorque, pouco antes de decolar para Paris em um voo da Air France, sob acusação de tentar estuprar a camareira do hotel onde estava hospedado. A classe política francesa reagiu com indignação, mas também cautela. Nenhuma reação oficial da presidência francesa, mas o porta-voz do governo, François Baroin, declarou que o governo "respeita o procedimento judicial e o princípio da presunção de inocência".
Os socialistas insistiam hoje sobre a necessidade de não tirar conclusões precipitadas, sem esconder um certo pessimismo quanto às consequências políticas da acusação contra o diretor do FMI.
A secretária-geral do Partido Socialista francês, Martine Aubry, disse ter ficado "estupefata" com a notícia, que classificou de tempestade, e fez um apelo para que o PS permaneça unido.
A mais recente vedete do cenário político francês, a líder do ultra nacionalista Frente Nacional, Marine Le Pen, declarou que não ficou surpresa e disse achar “hipócritas” as reações de espanto dos socialistas.
Para o cientista político francês, Stéphane Monclaire, a prisão do diretor do FMI não somente vai enterrar suas pretensões eleitorais, como deve também beneficiar o atual presidente, Nicolas Sarkozy, que vê seu caminho livre de um indigesto adversário.
Essa não é a primeira vez que casos de relações com outras mulheres abalam a imagem de Dominique Strauss-Kahn, casado com uma jornalista francesa. O diretor do FMI é conhecido nos bastidores por ser um "sedutor mulherengo."
Em 2008, ele quase perdeu o cargo no FMI depois de ter sido revelada sua relação com uma economista húngara, também funcionária do órgão. Em entrevista à televisão neste domingo, a mãe de uma jornalista francesa confirmou que Strauss Kahn tentou, há 3 anos, ter relações sexuais à força com sua filha, durante uma entrevista em um apartamento.
O diretor do FMI passou a noite detido em uma delegacia no bairro Harlem, em Nova Iorque, e vai negar todas as acusações, segundo informou um de seus advogados. Ele foi indiciado por "agressão sexual" e "tentativa de estupro".
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