Acessar o conteúdo principal
Nuclear/ França

Nuvem contaminada do Japão deve chegar à França nesta quarta

As massas de ar contaminado pelo acidente nuclear no Japão devem chegar nesta quarta-feira à França. As autoridades francesas asseguram que a nuvem radioativa não provoca qualquer risco à população.

Fumaça foi vista saindo do reator 3, na central nuclear de Fukushima, nesta segunda-feira.
Fumaça foi vista saindo do reator 3, na central nuclear de Fukushima, nesta segunda-feira.
Publicidade

A Autoridade de Segurança Nuclear (ASN) e a Comissão de Pesquisas e de Informações Independentes sobre a Radioatividade (Criirad) garantem que a distância de 15 mil quilômetros entre a França e o foco do acidente – via oceanos Pacífico e Atlântico - tornam o risco de contaminação inexistente. Os órgãos afirmam que a radioatividade não poderá sequer ser medida, de tão baixa que deverá estar quando chegar à França. A ASN e a Criirad asseguram que não há medidas preventivas a serem tomadas pelos franceses.

A organização independente, entretanto, prometeu realizar análises detalhadas sobre o acontecimento a fim de fornecer informações precisas sobre como a nuvem vai atingir o país. A Criirad foi fundada após o acidente de Chernobyl, em 1986, quando as autoridades haviam negado que uma massa radioativa passaria sobre a França, mesmo depois de a nuvem já ter atingido todos os países vizinhos, inclusive a Grã-Bretanha.

“A passagem das massas de ar contaminado sobre a França não deve gerar muita preocupação. No entanto, considerando-se a falta crucial de dados, a Criirad é obrigada a manter certas informaões no condicional. Isso deverá poder ser corrigido rapidamente”, afirmou o órgão, através de um comunicado.

Já a ASN é mais direta e diz que “as massas de ar fracamente contaminadas, em uma ordem de mil a 10 mil vezes inferiores aos encontrados durante o acidente de Chernobyl, deverão chegar à França metropolitana sem nenhuma consequência na saúde das pessoas”.

Um sistema de contrôle oficial que permite de detectar instantaneamente o aumento da radioatividade no ar pode ser consultado via internet pelos franceses mais desconfiados, no site do Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN).  Patrick Gourmelon, diretor de radioproteção no instituto, também estima que não há precaução a ser realizada. “As crianças podem sair às ruas, e é inútil de se precipitar indo à farmácia para comprar comprimidos de iodo”, afirmou. “O consumo de água continua liberado.”

A liberação de iodo na atmosfera é um dos riscos sanitários mais temidos em um acidente nuclear. Se respirado ou engolido, o elemento se fixa na tireóide e pode provocar câncer.  As autoridades ainda lembram que as importações de frutas e legumes do Japão está suspensa. O IRSN ainda informou ontem que os níveis de radioatividade dos passageiros franceses que vêm do Japão são extremamente fracos e sem consequências para a saúde deles ou de outras pessoas.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.