UE pede garantia de paz na Bolívia, mas presidente interina ameaça levar Morales à justiça
A União Europeia (UE) pediu nesta sexta-feira (15) que o governo de transição da Bolívia garanta paz a segurança. A declaração conjunta foi feita no mesmo momento em que a presidente interina do país, Jeanine Áñez, ameaçou Evo Morales, caso o ex-chefe de Estado retorne ao país.
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"O objetivo imediato das autoridades de transição deve ser garantir a paz e a segurança no país e levá-lo a eleições rápidas", disse a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
Em sua declaração, em nome dos 28 países da UE, a representante de Bruxelas afirma que esse novo pleito deve permitir que o povo "se expresse livremente". Ela convida a todos os partidos a trabalhar "pela reconciliação".
Se voltar, Morales enfrentará a Justiça, diz interina
A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, declarou, também nesta sexta-feira, que o ex-presidente Evo Morales pode voltar ao país de seu exílio no México. No entanto, caso retorne, deverá "responder à Justiça" por irregularidades nas eleições de outubro e por "denúncias de corrupção".
"(Morales) Foi sozinho" e, se voltar, "sabe que tem que responder à Justiça", declarou Añez. "Há um crime eleitoral, há muitas denúncias de corrupção em seu governo", disse a interina, em sua primeira reunião com a imprensa estrangeira no Palácio Quemado de La Paz, três dias depois de se proclamar presidente interina.
Morales, que governou o país por quase 14 anos, disse quarta-feira (13) no México que está disposto a voltar para "pacificar" a Bolívia. Ele afirmou ainda que, com sua renúncia, buscou deter a violência no país.
"Se meu povo pedir, estamos dispostos a retornar (...) Voltaremos cedo ou tarde (...) Melhor que seja o mais rápido possível para pacificar a Bolívia", declarou o ex-presidente em sua primeira entrevista à imprensa no exílio.
Segundo dados oficiais, pelo menos dez pessoas morreram e mais de 400 ficaram feridas durante protestos violentos que tomaram conta do país latino-americano desde o dia seguinte às eleições. Nas três primeiras semanas, as manifestações eram organizadas por opositores de Morales. Desde domingo, porém, após a renúncia, são os simpatizantes do ex-presidente que saem às ruas e enfrentam a polícia, reforçada pelos militares.
(Com informações da AFP)
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