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Geórgia: filme sobre gays nomeado ao Oscar gera ira da extrema direita

Grupos de extrema direita da Geórgia ameaçam perturbar o lançamento de um filme indicado ao Oscar que conta a história de amor entre dois bailarinos no balé nacional do país. A première de “E então nós dançamos”, de Levan Akin, acontece nesta sexta-feira (8) na capital, Tbilissi.

And Then We Danced é um filme de drama sueco-georgiano de 2019 dirigido por Levan Akin. Foi exibido na quinzena dos diretores no Festival de Cannes de 2019. Foi selecionada como a entrada sueca do Melhor Longa-Metragem Internacional na 92ª Oscar.
And Then We Danced é um filme de drama sueco-georgiano de 2019 dirigido por Levan Akin. Foi exibido na quinzena dos diretores no Festival de Cannes de 2019. Foi selecionada como a entrada sueca do Melhor Longa-Metragem Internacional na 92ª Oscar. facebook.com/andthenwedanced
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Assim como vários outros países da região do Cáucaso, sob influência da Rússia, a homofobia é forte na Geórgia. O filme, aclamado pela crítica internacional, foi denunciado pela influente Igreja Ortodoxa georgiana, num país conhecido pelo conservadorismo. Segundo esses setores, o longa é “uma afronta aos valores tradicionais do país”.

O diretor Levan Akin, sueco de origem georgiana, indicou em um post no Facebook que grupos de extrema direita e religiosos “têm a intenção de impedir as pessoas de assistir” à estreia, prevista para esta noite. A seção está esgotada.

Cartaz do filme And Then We Danced que é um filme de drama sueco-georgiano de 2019 dirigido por Levan Akin.
Cartaz do filme And Then We Danced que é um filme de drama sueco-georgiano de 2019 dirigido por Levan Akin. facebook.com/andthenwedanced

“Vivemos tempos obscuros e as manifestações previstas provam a que ponto é vital lutarmos contra essas forças tenebrosas, por todos os meios”, disse o cineasta.

“Propaganda de sodomia”

Um ex-deputado conservador, Sandro Bregadzé, indicou que o grupo nacionalista que ele dirige, Marcha Georgiana, iria protestar contra o filme, que ele qualificou de “propaganda de sodomia”. O empresário Levan Vasadzé, ligado a grupos de extrema direita e anti-Ocidente da Rússia, declarou que seus simpatizantes entrariam nas salas de cinema de Tbilissi para apagar os projetores, e ressaltou que “estariam dispostos a afrontar a polícia, se necessário”.  

O Ministro do Interior da Geórgia prometeu “garantir a proteção do público e a ordem, assim como a liberdade de expressão”, conforme um comunicado divulgado. A polícia vai “acabar com qualquer ato ilegal imediatamente”, disse a nota.

Assim como em todo o Cáucaso, a homossexualidade é um tabu na Geórgia. Os críticos ao partido no poder, Sonho Georgiano, acusam o governo de apoiar grupos homofóbicos e nacionalistas, em troca de apoio nas eleições e de participação em manifestações contrárias à oposição.

Com informações da AFP

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