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Espanha: reta final para eleições sob tensão de protestos na Catalunha

O último dia de campanha antes das eleições legislativas de domingo (10) na Espanha foi marcado pelo medo de uma ascensão do partido de extrema direita, Vox. Nessa sexta-feira (8), o primeiro-ministro socialista, Pedro Sánchez, ainda tenta mobilizar a esquerda para impedir que isso aconteça.

Ascensão do partido de extrema direita marca o fim da campanha eleitoral na Espanha.
Ascensão do partido de extrema direita marca o fim da campanha eleitoral na Espanha. REUTERS/Marcelo del Pozo/File Photo
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O receio ganha eco no momento em que parte do eleitorado espanhol se opõe aos separatistas catalães, abrindo espaço para discursos ultranacionalistas e anti-imigração. Esse movimento pode resultar na duplicação do número de assentos da extrema direita que, segundo pesquisas, se tornaria a terceira maior força política do país.

Como sinal de sua influência crescente, o Vox obteve apoio na quinta-feira (7) do Partido Popular (PP) e dos liberais do Ciudadanos para aprovar no Parlamento da região de Madri uma moção que pedia a proibição total de todos os partidos separatistas.

Crescimento em números

Praticamente desconhecido no ano passado, o Vox, que encerrara a sua campanha no centro de Madri, elegeu 24 deputados para o Parlamento espanhol na última eleição de 28 de abril. Resultado supreendente em um país onde a extrema direita era marginal desde o fim da ditadura de Franco, em 1975. As pesquisas recentes creditam ao partido cerca de 50 assentos, dos 350 em disputa.

A fim de mobilizar a esquerda, o chefe de governo, Pedro Sánchez, o favorito das pesquisas, pediu na sexta-feira que os eleitores "enfrentem o franquismo", repudiando os laços entre Vox e os conservadores.

Para o cientista político Miguel Requena Teruel, “o medo de um aumento de Vox está em todas as cabeças, de esquerda e de direita”.

Mais de 1.600 professores e pesquisadores denunciaram nesta sexta-feira, em um manifesto, a "falsificação e manipulação de dados e informações" por parte do Vox, a fim de servir seu discurso de "nacionalismo extremo".

Segundo analistas, esse aumento esperado da extrema direita deve-se, em grande parte, à turbulência provocada pelos violentos confrontos na Catalunha que se seguiram à condenação, em meados de outubro, de nove líderes pró-independência a penas pesadas pela tentativa de secessão de 2017.

As imagens de violência e enfrentamentos entre manifestantes e a polícia nas ruas de Barcelona chamaram a atenção da opinião pública, o que se seguiu de muitas promessas da extrema direita. Enquanto isso, segundo analistas, a instabilidade política vem minando a quarta maior economia da zona do euro.

Nem o bloco da esquerda (socialistas e esquerda radical), nem o bloco da direita (PP, Vox e Ciudadanos) parecem ser capazes de articular a maioria. Na esperança de convencer os indecisos, Sánchez e seu rival conservador, Pablo Casado, vêm pedindo votos úteis nas últimas horas.

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