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Europa/Turquia

Erdogan ameaça enviar migrantes para a Europa diante de críticas sobre ofensiva na Síria

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan ameaçou nesta quinta-feira (10) "enviar 3,6 milhões de migrantes" à Europa, em resposta às críticas a sua operação militar no norte da Síria, que começou nesta quarta-feira (9). O país tem limitado o fluxo migratório em direção ao continente depois de um acordo assinado em 2016.

O presidente Tayyip Erdogan durante uma reunião do seu partido, o AKP, em Ancara.
O presidente Tayyip Erdogan durante uma reunião do seu partido, o AKP, em Ancara. Murat Kula/Presidential Press Office/Handout via REUTERS
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A ofensiva tem como alvo uma milícia curda, aliada dos ocidentais na luta contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico. Em um discurso em Ancara, o presidente turco provocou os europeus e disse: “volto a repetir: se vocês tentarem apresentar nossa operação como uma invasão, abriremos as portas e enviaremos a vocês milhões de migrantes", disse Erdogan.

A Turquia acolhe 3,6 milhões de migrantes sírios em seu território. O fluxo de migrantes da Turquia para a Europa diminuiu consideravelmente desde que Ancara e a UE assinaram um acordo em 2016. O documento prevê, entre outros pontos, que todos os migrantes que cheguem às ilhas gregas, na tentativa de atingir a Europa, sejam devolvidos para a Turquia.

"Vocês nunca foram sinceros. Agora dizem que bloquearão € 3 bilhões de euros (dinheiro prometido à Turquia no âmbito do acordo migratório). Por acaso alguma vez vocês respeitaram alguma promessa que nos fizeram? Não", reclamou Erdogan. "Com a ajuda de Deus, continuaremos nossa jornada, mas abriremos as portas" aos migrantes.

Os países europeus criticaram fortemente a operação que a Turquia lançou na quarta-feira no nordeste da Síria contra as YPG, uma milícia curda que Ancara descreve como "terrorista", mas que tem o apoio dos ocidentais na luta contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI). A comunidade internacional teme um ressurgimento do movimento extremista. O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião nesta quinta-feira (10) para discutir o assunto.

Israel e Irã também pedem fim de ofensiva na Síria

Paralelamente, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu condenou nesta quinta-feira (10) o que chamou de invasão das forças turcas no norte da Síria e alertou para uma potencial limpeza étnica dos curdos neste setor. "Israel condena vigorosamente a invasão turca de áreas curdas na Síria e alerta contra a limpeza étnica dos curdos pela Turquia e seus representantes sírios", disse Netanyahu em comunicado. O premiê acrescentou que Israel está pronto para fornecer "ajuda humanitária" aos curdos.

As autoridades iranianas também pediram nesta quinta-feira (10) o fim imediato da ofensiva turca, iniciada na véspera, contra as forças curdas na região nordeste da Síria. "O Irã insiste em um cessar imediato dos ataques e em uma retirada das unidades militares turcas mobilizadas em território sírio", afirma um comunicado divulgado pelo ministério das Relações Exteriores em Teerã. O governo iraniano destaca que "entende as preocupações de Turquia em termos de segurança, mas considera que as medidas militares não são a solução para estes problemas", completa o texto.

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