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Migrantes

Grécia: Nova onda de refugiados alerta autoridades e moradores em Lesbos

Lesbos registrou nos últimos três meses uma intensificação no fluxo de migrantes clandestinos. Os moradores da ilha grega, mas também as Nações Unidas, estão cada vez mais preocupados com a situação.

Migrantes se acumulam em acampamentos insalubres, como em Moria, o maior de Lesbos.
Migrantes se acumulam em acampamentos insalubres, como em Moria, o maior de Lesbos. REUTERS/Alkis Konstantinidis
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Pavlos Kapantais, enviado especial a Lesbos

“Em agosto, recebemos 4200 migrantes, o dobro do mês anterior, que já havia registrado o número mais alto desde a assinatura da declaração entre a União Europeia e a Turquia”, calcula Astrid Castelein, representante da Acnur, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados. Ela faz referência ao acordo firmado em 2016 entre Bruxelas e Ancara, que tinha como objetivo frear essa rota de migração ilegal.

No entanto, a Turquia já acolhe quase 5 milhões de refugiados. E diante da falta de meios financeiros, apesar do compromisso com a UE, o governo do presidente turco Recep Tayyip Erdogan vem baixando a guarda e ameaça deixar as portas abertas rumo ao território grego.

Em resposta, Atenas tem reforçado o controle nas fronteiras, tornando cada vez mais difícil o acesso à ilha de Lesbos a partir da Turquia. Mas nos últimos meses, cerca de cem pessoas em média fazem essa travessia diariamente, o que preocupa as autoridades e a população.

Acampamentos de refugiados estão lotados e insalubres

“Onde vamos colocar essa gente toda?”, pergunta Thanassis Marmarinos, morador de Lesbos. “Não temos infraestrutura e o inverno está chegando. Onde eles vão morar? Não temos lugar para colocá-los”, se irrita.

Boa parte dos migrantes são instalados no acampamento de Moria, o principal da ilha. Estima-se que, nos últimos meses, ele já ultrapassou quatro vezes a sua capacidade de acolhimento.

Diante das condições de insalubridade no local, muitos migrantes têm se revoltado. No início do mês, menores desacompanhados provocaram incêndios e a polícia teve que intervir usando bombas de gás lacrimogêneo. Alguns refugiados tiveram que ser transferidos para Atenas.

Uma nova onda de imigração em massa coloca em risco a economia da ilha, já bastante afetada pela primeira leva de refugiados que desembarcou em 2015. “A chegada de turistas caiu 60% em 2016”, comenta Vagelis Myrsonias, presidente da câmara de comércio da ilha, que tradicionalmente depende do turismo para viver. “Nós temos medo que esse fenômeno se repita. Estamos muito preocupados”, desabafa.

Na costa norte da ilha, onde geralmente desembarcam os botes infláveis carregados de exilados, a vigilância foi reforçada desde o início do mês.

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