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Reino Unido/ Brexit

Semana de derrotas para Boris Johnson se encerra com lei para adiar o Brexit

A Câmara Alta do Parlamento britânico aprovou nesta sexta-feira (6) uma lei que obriga o Reino Unido a solicitar um adiamento adicional do Brexit e evitar, assim, uma saída da União Europeia sem acordo. Pelo Twitter, a Câmara Alta anunciou que “como as duas casas do Parlamento britânico concordaram com o texto final, o projeto será submetido à aprovação da realeza", uma formalidade na qual a rainha Elizabeth II dá a palavra final.

Primeiro-ministro visita fazenda em Darnford, na Escócia, em clima de campanha pelo Brexit.
Primeiro-ministro visita fazenda em Darnford, na Escócia, em clima de campanha pelo Brexit. Andrew Milligan/Pool via REUTERS
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Além disso, o partido Trabalhista britânico e outros opositores ao governo reafirmaram a decisão de não aprovar a moção que o primeiro-ministro, Boris Johnson, vai submeter ao Parlamento na segunda-feira (2), para pedir a realização de eleições antecipadas no Reino Unido. Desta forma, a proposta de Johnson está matematicamente condenada ao fracasso, já que, para passar, a medida precisaria de dois terços de aprovação na Câmara dos Comuns. Na quarta-feira (4), o premiê havia feito uma primeira tentativa nesse sentido, que foi derrotada.

Por outro lado, Johnson teve uma vitória judicial em mais uma das três ações movidas contra a sua decisão de suspender o Parlamento a partir da próxima semana e até 14 de outubro, a duas semanas da data marcada para o Brexit. O Alto Tribunal de Londres rejeitou o processo nesta sexta-feira. Cabe um recurso à decisão, que será analisada pela Suprema Corte em 11 dias.

A ação foi apresentada pela empresária e ativista anti-Brexit Gina Miller e contou com o apoio de vários caciques da política, como o ex-primeiro-ministro conservador John Major. Na quarta-feira (4), uma demanda similar apresentada em Edimburgo também foi rejeitada.

A terceira ação contra a suspensão parlamentar, apresentada na Irlanda do Norte, ainda será examinada. A medida de Johnson é considerada uma manobra para amordaçar os opositores a uma saída dos britânicos da União Europeia sem acordo.

Pré-campanha

Determinado a obter eleições antecipadas para superar a situação de bloqueio na qual o país se encontra, o primeiro-ministro visitou nesta sexta-feira a Escócia em um ambiente de pré-campanha. Johnson esteve em uma fazenda na região norte do país, para anunciar uma importante ajuda financeira para os agricultores escoceses após o Brexit.

"Não acredito que teremos um Brexit sem acordo. Tenho confiança em conseguir um acordo na reunião europeia de 17 de outubro", declarou ao canal Sky News durante a visita à área rural.

Porém, Antti Rinne, primeiro-ministro da Finlândia, país que preside atualmente a União Europeia (UE), afirmou quase ao mesmo tempo que, pelo caos político no Reino Unido, "não parece agora possível" alcançar um acordo até o fim de outubro.

Semana difícil

Johnson recebeu duros golpes nesta semana. No plano pessoal, seu irmão mais novo, Jo Johnson, renunciou ao cargo de secretário de Estado para a Ciência e ao posto de deputado. Ele alegou a "tensão irresolúvel entre a lealdade familiar e o interesse nacional".

O primeiro-ministro parece ter ficado abalado e afirmou que "Jo é um cara fantástico [...] mas não concorda comigo sobre a União Europeia, porque é um tema que obviamente divide as famílias", declarou, sem esconder a emoção.

No Parlamento, 21 deputados conservadores se rebelaram contra Johnson e o deixaram em minoria.

Seis semanas depois de chegar a Downing Street, o premiê está encurralado, sem maioria e incapaz de cumprir sua grande promessa de retirar o país da UE em 31 de outubro, a qualquer custo.

Com informações AFP

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