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Reino Unido / Boris Johnson / Brexit

Boris Johnson perde maioria no Parlamento mas insiste em Brexit em 31 de outubro

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, perdeu sua maioria no parlamento nesta terça-feira (3). A mudança ocorre em meio a uma queda de braço com deputados contrários a um Brexit sem acordo - que poderia resultar em eleições legislativas antecipadas que ele afirma não desejar - e ações judiciais contra a suspensão da atividade parlamentar. Os legisladores voltaram ao trabalho depois das férias de verão, em um dia que pode ser crucial para o conturbado processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) em 31 de outubro.

O primeiro-ministro Boris Johnson faz discurso em Downing Street
O primeiro-ministro Boris Johnson faz discurso em Downing Street REUTERS/Henry Nicholls
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Nesta terça, Johnson perdeu sua maioria parlamentar depois que o conservador Phillip Lee desertou para as fileiras dos democratas liberais pró-UE. "Os liberais democratas têm o prazer de anunciar que o deputado Phillip Lee, de Bracknell, se juntou a nós", afirmou o partido em um comunicado. "O governo conservador está buscando um Brexit prejudicial, colocando vidas em risco, ameaçando injustificadamente a integridade do Reino Unido", declarou Phillip Lee.

Na semana passada, o chefe de Governo provocou uma onda de indignação ao anunciar a decisão de suspender as atividades do Parlamento por 23 dias, entre a segunda semana de setembro e 14 de outubro, apenas duas semanas antes da data prevista para o Brexit. A decisão foi considerada pelo presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, como um "ultraje constitucional". "É óbvio que o propósito desta suspensão agora seria impedir que o Parlamento debata sobre o Brexit e cumpra o seu dever de definir o rumo do país", afirmou, pouco após a decisão de Johnson vir a público.

Para contra-atacar a medida, a oposição tentará aprovar em caráter de urgência uma lei que obrigue o Executivo a pedir a Bruxelas um novo adiamento da data de saída do bloco na ausência de um acordo. Mas, para isso, a chamada "aliança rebelde" deve primeiro assumir o controle da agenda parlamentar do governo.

Oposição precisa controlar Parlamento

John Bercow terá que decidir se permitirá um debate urgente e uma votação ainda nesta terça. Se eles ganharem o controle, os adversários apresentarão sua proposta na quarta-feira (4). "Esta Câmara tem uma última chance de impedir que este governo atropele os direitos constitucionais e democráticos do país", disse o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn.

Johnson, por sua vez, afirmou que viajará à Irlanda na próxima semana, depois de dizer que o progresso das discussões sobre o Brexit está centrado na controvertida fronteira irlandesa. "Discutirei com o primeiro-ministro Leo Varadkar quando eu o vir em Dublin na segunda-feira (9)", afirmou Johnson ao Parlamento, anunciando que esta será sua primeira visita ao país vizinho desde que chegou ao poder em julho.

(Com informações da AFP)

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