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Linha Direta

Alemanha: extrema direita avança em eleições no leste, mas ainda não é principal força política

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Um dia após a extrema direita ter conseguido crescer significativamente em duas eleições em estados do leste da Alemanha, a sensação é de alívio para os partidos tradicionais. Tanto os democrata-cristãos, da chanceler Angela Merkel, quanto os sociais-democratas conseguiram se manter como principais forças políticas regionais. O partido de extrema direita AfD não se elegeu como principal força nos estados de Brandemburgo e Saxônia, como era esperado.

A extrema-direita conseguiu um forte avanço neste domingo nas eleições regionais do leste da Alemanha. Em Brandenburgo, a extrema-direita teria subido de 12,2% para  24,5% dos votos
A extrema-direita conseguiu um forte avanço neste domingo nas eleições regionais do leste da Alemanha. Em Brandenburgo, a extrema-direita teria subido de 12,2% para 24,5% dos votos REUTERS/Fabrizio Bensch
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Márcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim

Embora a AfD tenha conseguido em Brandemburgo quase duplicar sua cota de votos e praticamente triplicar seu resultado na Saxônia, o partido de extrema direita não conquistou o almejado posto de principal força nesses estados. Mas a legenda se firma como segunda liderança em ambos as regiões. Analistas compararam o resultado desse domingo ao mesmo obtido pelo partido nas últimas eleições gerais alemãs e nas europeias, de maio desse ano, já que a AfD se manteve a proporção de votos atingida nessas votações anteriores. Aparentemente, não houve um crescimento de popularidade nesses últimos meses e anos.

A União Cristã-Democrata da chanceler Angela Merkel continua sendo o partido mais importante da Saxônia, onde obteve 32% dos votos. A legenda perdeu 7,4 pontos em relação às eleições anteriores, em 2014, enquanto o AfD teve 27,5% dos votos, contra 10% há cinco anos. Em seu reduto em Brandenburgo, perto de Berlim, que dirige desde 1990, o partido Social Democrata manteve a primeira posição com 27,2% dos votos. A AfD registrou 22,8% - praticamente o dobro de 2014.

Os partidos tradicionais sairão enfraquecidos dessas eleições mas, em princípio, não haverá repercussões em nível federal, no governo Merkel. A sensação, por enquanto, entre os partidos que formam a coalizão do governo, é de que o pior foi evitado. Os sociais-democratas já vêm atravessando um período de crise interna mesmo antes da formação da aliança após as eleições gerais do ano retrasado. Mesmo assim, eles se mantiveram como principal força em Brandemburgo. Os dois partidos devem continuar no governo.

Verdes avançam menos do que o previsto

Tanto conservadores como sociais-democratas vão ter que buscar novos parceiros de coalizão. Em ambos os estados, terão que fazer alianças que devem incluir o Partido Verde, que teve uma grande votação nas eleições europeias, juntamente com partidos da ultradireita. Curiosamente, os verdes apresentaram crescimento nos dois estados nessas eleições, que vai entre 3 e 4 pontos percentuais, mas não avançaram tanto quanto era previsto nas pesquisas.

De acordo com analistas, isso se deve aos votos estratégicos dos eleitores. Muitos teriam desistido de votar nos verdes na última hora para apoiar os partidos maiores e impedir que a extrema direita saísse da urna vencedora. Essa perda de votos foi um fenômeno que ocorreu com outros partido também, como o Partido Liberal e os socialistas de A Esquerda.

Apesar de não conseguir se firmar como principal força política no leste da Alemanha, a extrema direita ainda preocupa, principalmente em se tratando do leste alemão, onde parte da população ainda se sente tratada como cidadão de segunda categoria em relação aos "alemães ocidentais." O voto de protesto sempre foi importante nessas regiões.

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