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Theresa May deve renunciar nesta sexta-feira, informa imprensa britânica

O jornal britânico The Times publica em sua edição desta quinta-feira (23) que a primeira-minista britânica Theresa May deve renunciar amanhã. A premiê está mais fragilizada do que nunca, depois de uma nova demissão em seu governo. A ministra encarregada das Relações com o Parlamento britânico, Andrea Leadsom, anunciou sua demissão na quinta-feira (22), afirmando que não acredita que o governo britânico conseguirá realizar o Brexit.

No Reino Unido, a primeira-minista britânica Theresa May está mais fragilizada do que nunca, depois de uma nova demissão em seu governo na quarta-feira.
No Reino Unido, a primeira-minista britânica Theresa May está mais fragilizada do que nunca, depois de uma nova demissão em seu governo na quarta-feira. REUTERS/Toby Melville/File Photo
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The Times afirma que May resistiu aos pedidos de uma parte de seu governo de anunciar sua demissão ontem. A premiê optou por não prejudicar a campanha de seu partido, o Conservador, nas eleições europeias, realizadas até domingo nos 28 países do bloco. Os eleitores do Reino Unido vão hoje às urnas, mas quem deve vencer é justamente o Partido do Brexit, do líder ultraconservador Nigel Farage, que tem 34% das intenções de voto.

Citando aliados de May como fontes, The Times informa que a primeira-ministra vai abandonar o cargo depois do encontro previsto nesta sexta-feira com Graham Brady, presidente do Comitê 1922, que reúne todos os deputados conservadores, com exceção dos que estão no governo.

A informação também é publicada também pelo jornal The Guardian, que atribui a  Brady a confirmação da demissão de Theresa May. Caso contrário, ele avisou que o comitê iria fazer uma "pressão terrível para modificar as regras e propor uma moção de confiança".

No entanto, o ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, afirma que ela estará no cargo para receber Donald Trump. O presidente americano tem agendada uma visita oficial ao Reino Unido no dia 3 de junho.

Tentativas frustradas

A situação de Theresa May ficou ainda mais fragilizada com as reações negativas à sua quarta versão do projeto de lei para o Brexit. O documento previa, entre outros compromissos, a manutenção de uma união alfandegária temporária com a União Europeia e, principalmente, a possibilidade de os deputados aprovarem a realização de um segundo referendo sobre a saída do Reino Unido do bloco.

A quarta versão, prevista inicialmente para ser levada à votação na primeira semana de junho, foi rapidamente rejeitada por membros do Partido Conservador e também da oposição trabalhista.

Diante do cenário, especialistas não se surpreendem com a possibilidade de May pedir demissão nesta sexta-feira. "O Partido Conservador colocou May contra a parede. É precisar mudar. Ela não conseguiu várias vezes aprovar seu projeto para o Brexit e não iria passar na votação anunciada para o dia 3 de junho. É preciso obrigatoriamente mudar alguma coisa, e uma mudança na liderança do Partido Conservador e do país se impõe", destaca Emmanuelle Saulnier-Cassia, professora de Direito Público da Universidade de Versalhes e especialista do Reino Unido.

Theresa May chegou ao poder em julho de 2016, quando David Cameron renunciou. A premiê fracassou três vezes em janeiro ao tentar ratificar junto ao Parlamento britânico o acordo para o Brexit, negociado com os europeus durante dois anos.

Ontem, May registrou uma nova derrota, ao que parece ter sido sua última e frustrada tentativa de convencer os parlamentares britânicos com uma nova proposta de saída da União Europeia.

 

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