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Eleições UE

Avaaz aponta 500 perfis do Facebook que espalham "fake news" sobre a eleição europeia

Na véspera do início das eleições europeias, a ONG Avaaz, que dá voz a campanhas da sociedade civil na internet, anunciou nesta quarta-feira (22) ter notificado mais de 500 perfis e grupos do Facebook suspeitos de espalhar informações falsas dentro da União Europeia (UE). Redes de extrema direita e anti-UE são as mais ativas na divulgação de fake news, segundo a ONG. 

Redes sociais são cada vez mais pressionadas a combater as "fakes news".
Redes sociais são cada vez mais pressionadas a combater as "fakes news". pixel2013/Pixabay
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Relatórios elaborados pela Avaaz permitiram a remoção de conteúdos que tiveram cerca de 533 milhões de visualizações nos últimos três meses. Alertado pela ONG sobre o problema, o Facebook fechou dezenas de contas em vários países europeus, incluindo Itália e Polônia, onde coincidentemente partidos populistas de extrema direita e eurocéticos registram crescimento expressivo nas pesquisas de intenção de voto. Apenas na Polônia, a rede social americana fechou 27 páginas que veiculavam "fake news", mensagens antissemitas, anti-imigração, de ódio aos muçulmanos, homofóbicas e antifeministas.

Segundo a Avaaz, 32 milhões de usuários seguem as 500 páginas e grupos suspeitos assinalados à rede social americana. A maior parte das postagens propaga o ódio contra imigrantes ou denigre as ações da Comissão Europeia, muitas vezes com dados falsos. Esses textos duvidosos geraram 67 milhões de interações, como "likes", comentários e compartilhamentos nos últimos três meses.

A Avaaz detalha que o Facebook já removeu "em abril ou maio" 77 páginas e contas que foram reportadas à empresa, "que juntos tinham três vezes mais assinantes (5,9 milhões) do que os seis principais partidos europeus" de extrema direita ou anti-UE. Somadas, as siglas Liga, do vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini, Alternativa para a Alemanha (AfD), o espanhol Vox, o Partido do Brexit britânico, a Reunião Nacional, da francesa Marine Le Pen, e o polonês PiS totalizam 2 milhões de seguidores, de acordo com os cálculos da ONG.

Avaaz quer que Facebook mostre informação checada a seguidor enganado

A organização constata que o Facebook tem agido na boa direção, mas recomenda à rede social ampliar significativamente seus esforços, monitorando atividades suspeitas dentro da plataforma em todos os países da União Europeia. As contas duplicadas, que servem para ampliar a propagação de mensagens, e páginas que trocam de nome com frequência para escapar da verificação, merecem maior atenção, segundo a ONG.

Acostumada às ações de interesse da sociedade civil, a Avaaz lançou uma campanha batizada "Corrigir o registro", que visa forçar o Facebook a mostrar a todos que visualizaram um conteúdo identificado como falso por agências de checagem de notícias, artigos que contradizem as "fake news".

O temor da Rússia

As autoridades europeias temem que as "fake news" tumultuem as eleições para o Parlamento Europeu, como ocorreu no referendo do Brexit e na vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, em ações que acreditam terem sido articuladas pela Rússia. A Comissão Europeia tem pressionado as redes sociais, como Facebook ou Twitter, considerados os principais vetores da desinformação.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse recentemente que "existem forças externas antieuropeias que tentam influir nas decisões democráticas dos europeus". Alguns dirigentes identificam sem rodeios Moscou como líder da tentativa de manipular a opinião pública com a distribuição de notícias falsas. O vice-presidente da Comissão Europeia, Andrus Ansip, afirmou que "existem provas" disso.

Em Bruxelas, o Serviço Europeu de Ação Exterior montou uma equipe de 15 pessoas encarregada de detectar e analisar as campanhas de desinformação contra o bloco.

Com agências internacionais

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