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Separatistas catalães presos assumem cargos no parlamento espanhol

Cinco separatistas catalães, que venceram as últimas eleições legislativas, deixaram temporariamente a prisão nesta terça-feira (21) para prestar juramento como novos parlamentares. No entanto, é incerta a possibilidade de que possam exercer os cargos.

O deputado Oriol Junqueras, principal acusado no processo contra os separatistas, corre o risco de ser condenado a 25 anos de prisão.
O deputado Oriol Junqueras, principal acusado no processo contra os separatistas, corre o risco de ser condenado a 25 anos de prisão. Pablo Blazquez/Reuters
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Esses quatro deputados e um senador, eleitos em 28 de abril, terão de aguardar o Congresso e o Senado da Espanha decidirem pela suspensão ou manutenção de seus cargos, quando forem julgados pela participação na tentativa de separação da Catalunha, que aconteceu em 2017.

Detidos na periferia de Madri, Oriol Junqueras, Jordi Sánchez, Jordi Turull, Josep Rull e Raül Romeva chegaram ao Congresso sob escolta policial e foram aplaudidos pelos companheiros de partido, a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC).

"Fiel a meu engajamento republicano, como prisioneiro político e por obrigação legal, prometo respeitar a constituição", declarou Junqueras, ex-vice-presidente do governo regional catalão e presidente da ERC. Principal acusado do processo contra os separatistas, ele corre o risco de ser condenado a 25 anos de prisão.

Antes dele, Raül Romeva prometeu ao Senado respeitar a constituição "como prisioneiro político, até a proclamação da república catalã".

Vários parlamentares já manifestaram sua oposição à permanência dos detentos nos cargos. "A suspensão é óbvia", afirmou Carmen Calvo, número dois do atual governo do socialista Pedro Sánchez, que venceu as eleições sem obter a maioria absoluta. "Eles estão em prisão preventiva, não podem exercer suas funções", acrescentou.

Consequências políticas

A eventual suspensão de seus cargos pode ter consequências políticas para Pedro Sánchez, cujo partido socialista (PSOE) venceu as eleições, mas sem obter a maioria absoluta. O líder aposta em uma política de diálogo com os separatistas catalães, enquanto a direita espanhola pede o fim da autonomia da região, que continua sendo administrada por independentistas.

Um ano e meio após a tentativa de separação, resultando na pior crise política que a Espanha viveu em quarenta anos de democracia, a questão da Catalunha continua sendo complexa. A ERC, primeira força política da região, segue exigindo a realização de um referendo de autodeterminação - o que é inaceitável para Madri.

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