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Veneza/Turismo

Veneza impõe taxa de visita para tentar conter turismo de massa

A foto no Instagram é um clássico do turismo mundial: um selfie sobre a ponte Rialto, com vista para o grande canal de Veneza. Mas, com uma invasão contabilizada em cerca de 24 milhões de turistas por ano, o governo italiano quer controlar a entrada na cidade e acaba de aprovar uma taxa de visitação no valor de € 10 por pessoa.

Os grandes navios de cruzeiro se aproximam cada vez mais do centro de Veneza.
Os grandes navios de cruzeiro se aproximam cada vez mais do centro de Veneza. Rellandini/File Photo
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A medida decretada por Roma vem de encontro a uma antiga solicitação dos moradores de Veneza, que, abertamente, não suportam mais a enxurrada diária de turistas, especialmente os chamados day-trippers. Estes “farofeiros” low cost costumam passar o dia na cidade turística italiana, mas levam sua própria comida e não consomem nos bares, cafés e restaurantes locais.

A nova medida, que trará dezenas de milhões de euros por ano para a cidade, foi estabelecida no orçamento de 2019 da Itália, aprovado no fim de semana, depois de meses de disputa acirrada com Bruxelas.

Os venezianos também se queixam de passageiros dos navios de cruzeiro, que desfrutam de tudo o que a cidade tem para dar, sem oferecer uma contribuição econômica à altura. Dos 24 milhões de turistas que visitam Veneza todos os anos, cerca de 15 milhões vem por meio deste tipo de excursão.

Eles agora serão atingidos com a nova tarifa, que provavelmente será incluída no custo do bilhete de ônibus, trem ou navio, e depois repassada às autoridades da cidade. O imposto deverá variar entre € 2,50 e € 10 por pessoa, dependendo se os visitantes chegam em baixa ou alta temporada.

“Dia histórico”

"Este é um dia histórico", declarou Luigi Brugnaro, prefeito de Veneza. Segundo ele, o dinheiro extra será destinado a cobrir os elevados custos de manutenção e limpeza da cidade. A peculiar geografia de Veneza - uma rede de canais e becos de pedestres - significa que serviços como o descarte de lixo são até 40% mais caros do que em outras cidades italianas.

Na alta temporada, os trabalhadores têm de esvaziar lixeiras públicas a cada meia hora, tal é a quantidade de lixo gerada pelas hordas de turistas. Restaurar palácios e igrejas também é um desafio logístico, envolvendo o transporte de materiais por barco e o deslocamento de guindastes e outros equipamentos pesados em espaços apertados.

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