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Eleições/Espanha

Eleições espanholas: primeiro debate não tem vencedor claro entre direita ou esquerda

Os quatro candidatos com mais opções de formar o próximo governo na Espanha participam nesta terça-feira (23) de um segundo debate, antes das eleições gerais de domingo (28). O primeiro encontro, na segunda-feira (22), não teve vencedor claro entre os blocos tradicionais de esquerda e direita. O partido de ultradireita Vox não participou.

Pablo Casado, Pedro Sánchez, Albert Rivera e Pablo Iglesias se enfrentam em primeiro debate pela televisão nesta segunda-feira (22).
Pablo Casado, Pedro Sánchez, Albert Rivera e Pablo Iglesias se enfrentam em primeiro debate pela televisão nesta segunda-feira (22). TVE via REUTERS
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Fina Iñiguez, correspondente da RFI na Espanha

A direita é representada por Pablo Casado, do Partido Popular, e Albert Rivera, do partido Ciudadanos. Já o bloco da esquerda tem como representantes Pedro Sanchez, do Partido Socialista, e Pablo Iglesias, do partido da esquerda mais radical Unidas Podemos.

O debate não deixou um claro vencedor. Os candidatos tentaram não cometer erros graves e houve mais enfrentamento pessoal do que análise de programas. O socialista Pedro Sánchez lidera as pesquisas de intenção de voto e foi o alvo dos ataques, principalmente dos representantes da direita, em relação à questão da Catalunha.

Acordo secreto com catalães

Casado e Rivera questionaram os acordos de Sánchez com os separatistas catalães durante seu curto mandato de 10 meses e o acusam de já ter um acordo secreto para indultar os políticos catalães que estão sendo julgados por rebelião e sedição em relação ao referendo ilegal de outubro de 2017, em troca do apoio desses partidos para formar um novo governo.

Os debates não são o forte do candidato socialista e Pedro Sánchez optou por não responder às provocações. A cúpula do partido acredita que a contenção de Sánchez pode ajudar a convencer os indecisos.

O representante de Unidas Podemos, Pablo Iglesias, que é o representante da esquerda mais radical, foi surpreendentemente o mais moderado nas críticas e usou a Constituição para justificar seus argumentos. Nenhum dos candidatos, porém, respondeu com clareza às perguntas dos adversários sobre as alianças que estariam dispostos a fazer no cenário pós-eleitoral.

Nesta terça-feira (23) acontece um segundo debate e espera-se que os candidatos firmem suas posições para conservar o eleitorado fiel e atrair os votos dos ainda indecisos.

Extrema-direita ausente de debate

O partido radical VOX foi o grande ausente no debate. O partido da ultradireita, que não para de crescer nas pesquisas, não participou nem vai participar de nenhum encontro por decisão da Junta Eleitoral Central, por não ter representação no âmbito nacional. A participação de VOX seria uma discriminação em relação aos outros partidos minoritários que também não participam.

Na opinião de muitos analistas, isso favoreceu o seu líder, Santiago Abascal, considerado o menos preparado para participar desse formato de confronto televisado. PP e Ciudadanos não citaram o partido da ultradireita nenhuma vez, apesar de terem formado governo na região da Andaluzia graças aos extremistas e de quem precisariam apoio para governar a Espanha.

As pesquisas indicam que o partido socialista deve ganhar o pleito deste domingo, seguido dos conservadores Partido Popular e Ciudadanos. Em quarto lugar aparece o partido de esquerda Unidas Podemos e em quinto, o ultradireita VOX, que, pela primeira vez, pode conseguir representação no Congresso Nacional.

Mas as pesquisas também apontam que pelo menos 25% dos eleitores ainda não decidiu o voto e que nenhum partido vai conseguir maioria absoluta.

Alianças necessárias

Seja qual for o resultado das eleições, parece evidente que nenhum partido vai conseguir governar sozinho e que a política espanhola vai continuar ainda durante um bom tempo instável, tentando se adaptar ao multipartidarismo e à necessidade de alianças complexas.

O clássico bipartidarismo direita-esquerda que predominou na política espanhola deu lugar a dois blocos de partidos também direita-esquerda. Um e outro vai ter de negociar com outras formações políticas, algumas minoritárias e ideologicamente distantes, para conseguir governar o país.

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