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Wikileaks

Julian Assange é preso depois de passar 7 anos na embaixada do Equador em Londres

O fundador do site Wikileaks, Julian Assange, foi preso na manhã desta quinta-feira (11) na embaixada do Equador em Londres, depois de o governo equatoriano pôr fim a seu asilo diplomático. Em comunicado, a polícia britânica informou ter sido autorizada a entrar no local para deter o australiano.

Uma van da polícia britânica é vista na entrada da embaixada equatoriana depois que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi preso nesta manhã em Londres.
Uma van da polícia britânica é vista na entrada da embaixada equatoriana depois que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi preso nesta manhã em Londres. A police van is seen outside the Ecuadorian embassy after WikiLe
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O jornalista, escritor e ativista Julian Assange, 47 anos, se refugiou na sede diplomática do Equador em junho de 2012 para evitar ser extraditado à Suécia, onde era acusado de estupro. O caso em questão foi arquivado posteriormente, mas um mandado de prisão britânico ainda estava vigente por "descumprimento de compromissos de liberdade condicional" da parte de Assange.

O Equador o acolheu depois de o especialista em informática denunciar um plano dos Estados Unidos para julgá-lo e condená-lo à morte pela publicação de milhares de documentos secretos da diplomacia e inteligência americanas no site Wikileaks.

O presidente equatoriano, Lenín Moreno, declarou pelo Twitter que decidiu ”soberanamente", segundo ele, "retirar o asilo diplomático de Julian Assange por violar repetidamente as convenções internacionais e o protocolo de convivência", escreveu Moreno. O governo de Quito também retirou a nacionalidade equatoriana que havia concedido ao ativista.

"A polícia metropolitana foi convidada à embaixada pelo embaixador (do Equador) após a retirada do asilo pelo governo equatoriano", afirmou o comunicado da Scotland Yard. O australiano foi levado para uma delegacia do centro de Londres, onde permanecerá até uma audiência com um juiz o mais rápido possível, completa a nota oficial.

O presidente do Equador garantiu que Assange não será extraditado para um país onde possa ser condenado à pena de morte.

A relatora especial da ONU sobre execuções extrajudiciais, Agnès Callamard, declarou em Genebra que "o Equador faz Assange correr um risco real de graves violações de seus direitos fundamentais". Já o relator especial da organização sobre o direito à privacidade, Joseph Cannataci, disse que pretende visitar o ativista onde ele estiver detido, nos próximos dias. Cannataci tinha um encontro previsto com o australiano no dia 25 de abril, na embaixada em Londres.

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, foi preso nesta quinta-feira (11). Foto do 19/05/17
O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, foi preso nesta quinta-feira (11). Foto do 19/05/17 REUTERS/Peter Nicholls/File Photo

"Dia de luto mundial", diz Correa

O ex-presidente equatoriano Rafael Correa, exilado na Bélgica desde 2017, acusou seu sucessor de ser “o maior traidor da história latino-americana, de cometer um crime ao entregar o fundador do Wikileaks à polícia britânica”. “Moreno é um corrupto, que comete um crime que a humanidade nunca irá esquecer”, tuitou Correa. “Esta decisão coloca a vida de Assange em perigo e humilha o Equador”, acrescentou Correa. “Dia de luto mundial”, concluiu o ex-presidente socialista.

Assange sempre temeu ser extraditado da Suécia para os Estados Unidos, onde receia ser condenado à pena de morte por ter divulgado, em 2010, 500 mil documentos classificados como confidenciais sobre o Iraque e o Afeganistão, assim como 250 mil correspondências diplomáticas.

Sueca quer reabrir caso de estupro

Logo após o anúncio da prisão de Assange, a advogada da sueca que acusou o ativista de estupro em 2010 diz agora que sua cliente quer a reabertura da investigação. Em maio de 2017, quando faltavam três anos para a prescrição da denúncia, e sem condições de levar as investigações adiante, a Suécia arquivou o caso.

"Vamos fazer de tudo para que os procuradores reabram a investigação sueca e que Assange seja enviado à Suécia e levado à Justiça por estupro", afirmou Elisabeth Massi Fritz, em entrevista à agência AFP.

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