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EUA/Alemanha

Ações da Bayer despencam após segunda condenação do glifosato na origem de um câncer

As ações do grupo alemão Bayer caíram mais de 10% na manhã desta quarta-feira (20) na bolsa de valores de Frankfurt, na Alemanha. A degringolada acontece no dia seguinte de a justiça americana considerar, pela segunda vez, o glifosato – princípio ativo do herbicida Roundup, marca comprada pela Bayer – como um produto cancerígeno.

Cartaz de documentário sobre os processos judiciais envolvendo o herbicida Roundup, da francesa Marie Monique Robin.
Cartaz de documentário sobre os processos judiciais envolvendo o herbicida Roundup, da francesa Marie Monique Robin. Arte / Marie Monique Robin
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Na terça-feira (19), um júri de São Francisco, na Califórnia, decidiu que o Roundup, desenvolvido pela multinacional Monsanto e vendido à Bayer, contribuiu para o desenvolvimento do câncer no septuagenário Edwin Hardeman, um aposentado americano. Por enquanto, o júri só se pronunciou sobre o perigo que representa o glifosato. A responsabilidade legal da multinacional será julgada na segunda fase do processo.

Em comunicado, a Bayer disse que ficou decepcionada com o novo veredito. Desde que comprou a Monsanto, por US$ 63 bilhões, as ações da Bayer perderam cerca de 40% de seu valor, devido às suspeitas de que o glifosato é cancerígeno. Somente nos Estados Unidos, mais de 8 mil queixas estão em curso visando o herbicida da Monsanto.

Em agosto passado, um tribunal de São Francisco havia condenado Monsanto a pagar US$ 289 milhões para Dewayne Johnson, atingido pelo mesmo câncer, acreditando não só que o Roundup era a causa, mas que a Monsanto tinha agido intencionalmente para dissimular os riscos relacionados ao glifosato. Este montante foi depois reduzido para US$ 78,5 milhões. Paralelamente, a Bayer recorreu da sentença. A gigante agroquímica diz que "a ciência confirma que os herbicidas à base de glifosato não causam câncer".

Na União Europeia, após dois anos de debates acalorados, os estados membros do bloco renovaram, no final de 2017, a licença do glifosato por cinco anos.

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