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Theresa May é acusada de comprar apoio antes de voto sobre Brexit

O governo britânico acaba de lançar um programa de subvenções às regiões desfavorecidas, sobretudo representadas pelos deputados trabalhistas, com a intenção de ajudá-las a suportar o impacto do Brexit e o fim das ajudas da União Europeia. Mas a medida trouxe críticas à primeira-ministra britânica, Theresa May, acusada de tentar comprar apoio antes do voto de seu acordo de saída do bloco europeu, que será avaliado até o dia 12 de março no Parlamento.

A primeira-ministra britânica Theresa May é vista fora da Downing Street em Londres, Grã-Bretanha, em 26 de fevereiro de 2019.
A primeira-ministra britânica Theresa May é vista fora da Downing Street em Londres, Grã-Bretanha, em 26 de fevereiro de 2019. REUTERS/Peter Nicholls
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Muriel Delcroix, correspondente da RFI em Londres

Chamado de “Fundos para cidades mais fortes”, o programa de € 1,8 bilhões é destinado à região noroeste e central da Inglaterra, com fim previsto para seis anos após o Brexit. Mas a iniciativa, concebida há pouco tempo, atraiu imediatamente desconfiança e críticas de todas as partes.

Alguns deputados conservadores não esconderam a raiva ao descobrir que essas subvenções seriam sobretudo destinadas a regiões controladas pelos trabalhistas. Muitos denunciam uma manobra para convencer os deputados a votarem pelo projeto de Brexit de May.

A oposição acusa a primeira-ministra de compra de voto. Como prova, eles alegam que May teve várias reuniões privadas com parlamentares trabalhistas que se dizem prontos a apoiar seu plano de divórcio com a União Europeia. No Reino Unido, os especialistas estimam que cerca de trinta desses deputados poderiam dizer sim ao texto – algo de que May precisa para contrabalançar os “extremistas” de seu próprio partido conservador, que prometem se opor a seu projeto até o fim.

Guerra interna

A premiê britânica Theresa May sofre há vários dias uma intensa pressão de seus ministros pró-Europa, que ameaçam se rebelar caso ela não descarte, de uma vez por todas, a possibilidade de uma saída sem acordo do bloco no dia 29 de março, o chamado “Brexit no deal”.

Mas a dirigente se recusa categoricamente a descartar um divórcio "sem nenhum acordo". Para sobreviver politicamente, May decidiu deixar o Parlamento escolher o que deve ser feito em três etapas: a premiê propõe uma primeira votação decisiva sobre seu acordo renegociado até o dia 12 de março, no mais tardar.

Se este acordo for rejeitado, os deputados podem, em uma segunda votação, no dia 13, escolher um Brexit "sem acordo". Se os membros rejeitarem essa opção, uma terceira votação terá lugar, em 14 de março, para definir uma extensão "curta e limitada" do artigo 50, a fim de prorrogar em alguns meses a data da separação.

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