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Convocação de eleições antecipadas na Espanha é aposta arriscada

Dois dias após a rejeição no Parlamento de seu projeto de orçamento para 2019, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, convocou nesta sexta-feira (15) eleições legislativas antecipadas para o dia 28 de abril. A decisão acontece em um contexto de crise na Catalunha. Pesquisas indicam que a aposta é arriscada e Sánchez poderia perder espaço.

Manifestantes em frente ao Supremo Tribunal de Madri, em 12 de fevereiro de 2019.
Manifestantes em frente ao Supremo Tribunal de Madri, em 12 de fevereiro de 2019. REUTERS/Susana Vera
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Chefiando o governo mais minoritário da história espanhola, o socialista Pedro Sánchez não conseguiu manter a frágil aliança que o levou ao poder em primeiro de junho de 2018. Para derrotar o conservador Mariano Rajoy, o socialista costurou uma base aliada com a esquerda radical do Podemos, os separatistas catalães e os nacionalistas bascos que ruiu na última quarta-feira.

Ao final de um conselho de ministros extraordinário, ele anunciou a dissolução das Câmaras e a convocação de eleições para o dia 28 de abril, dizendo que prefere “deixar os espanhóis decidirem do que governar por decretos”.

Esta será a terceira eleição legislativa em três anos e meio no país. Elas acontecem quatro semanas antes de eleições municipais, regionais e europeias, prevista para 26 de maio.

Devido ao julgamento de 12 líderes separatistas em Madri, os partidos independentistas da Catalunha rejeitaram, junto com a oposição de direita, os projetos de orçamento que o Executivo havia apresentado como os mais sociais da última década.

Campanha já começou

A convocação de eleições antecipadas é uma aposta arriscada. Pesquisas indicam que o Partido Socialista (PSOE) venceria, mas com um número de deputados insuficientes para governar. Mesmo com a soma dos aliados do Podemos, não conseguiriam a maioria. Já a oposição conservadora conseguiria formar uma maioria, com a união do Partido Popular (PP), dos liberais do Cidadãos e da extrema-direita do partido Vox.

A máquina socialista já está em campanha. No discurso desta sexta-feira, Sánchez defendeu o balanço de seu governo e afirmou que, apesar da ausência de orçamento, algumas de suas principais medidas estão garantidas, como o aumento de 22% do salário mínimo e o reajuste do funcionalismo público.

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro acusou a oposição de direita de bloquear no Parlamento a descriminalização da eutanásia e as leis de combate à desigualdade salarial entre homens e mulheres. Também se dirigiu aos separatistas catalães, lembrando seu compromisso com unidade da Espanha.

A questão da independência ou não da Catalunha estará no centro das próximas eleições, apontam vários analistas.

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