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Espanha/Monarquia

Universidades na Espanha realizam referendo simbólico: Monarquia ou República?

A iniciativa começou nesta quinta-feira (29) na Universidade Autônoma de Madri (UAM) e deve ser seguida por 25 outros campi ao longo do país. O mesmo tipo de consulta foi realizado nos últimos meses em diversos distritos da capital espanhola, como Vallecas ou Vicálvaro. Os espanhóis recomeçam a levantar a lebre da legitimidade da Monarquia espanhola, encabeçada pelo rei Felipe VI, enquanto representação do Estado.

Protesto nas ruas de Seville pedindo o fim da monarquia em 14 de abril de 2018
Protesto nas ruas de Seville pedindo o fim da monarquia em 14 de abril de 2018 Captura de vídeo
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"Você é a favor de abolir a Monarquia como uma forma de Estado e estabelecer uma República?" e "Se sim, você é a favor de abrir processos constituintes para decidir que tipo de República?". Estas são as duas perguntas que podem ser respondidas com um 'sim' ou um 'não' durante a consulta, da qual participaram centenas de pessoas, segundo a imprensa espanhola.

Além dos estudantes, havia entre eles também professores, que implantaram seções eleitorais nas nove faculdades da Universidade Autônoma de Madri, a maioria delas localizada no campus de Cantoblanco, ao norte da capital, a partir das 10h locais (7h de Brasília). Até as 20 horas (17h no Brasil) desta quinta-feira poderão votar estudantes, professores e funcionários da UAM.

"Como somos a primeira universidade que organizou esta consulta, não sabíamos como as pessoas responderiam, mas ficamos muito surpresos", explicou Paula ao Diário de Madri. Ela faz parte do grupo de alunos de Ciências e Línguas da Antiguidade que se reuniram na Faculdade de Filosofia e Letras, onde os alunos aproveitaram o intervalo entre as aulas para votar no referendo.

Que forma de Estado nos representa?

Na faculdade de Magistério, os organizadores encontraram pessoas em uma fila onde esperavam para votar. "Minha professora começou a aula dizendo que hoje foi um grande dia", disse Olívia ao periódico espanhol. Ela participa da assembleia que organiza a consulta para reivindicar "poder decidir sobre a forma do Estado" que os representará no futuro.

"Acho que é uma iniciativa muito boa para os estudantes se organizarem e para a universidade se tornar um centro de reflexão sobre a sociedade", diz Marta, professora da Faculdade de Ciências Econômicas, depois de depositar seu voto nas urnas. Mas nem todos foram a favor da iniciativa. Um professor questionou os organizadores sobre as garantias e métodos do referendo. "Votei para dizer que sou contra aqueles que organizam essas coisas, é imoral e são contra os sistemas democráticos", explicou.

Na mesma faculdade, do outro lado da urna, outro professor faz as contas dos participantes, cerca de cem, apenas na primeira hora. "É o primeiro passo para reformar a Constituição e abolir a Monarquia para constituir uma República federativa", diz Xosé, que leciona sobre Estrutura Econômica da Espanha na União Europeia.

Após o fechamento das urnas, os responsáveis por cada faculdade devem se reunir às 21h locais (18h em Brasília) na Faculdade de Ciências, para realizar o escrutínio e divulgar a contagem final.

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