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Bela Gil em festival Slow Food na Itália: “É importante conhecer quem produz o alimento”

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O Festival Terra Madre, que termina nesta segunda-feira (24), em Turim, reuniu mais de 250 produtores de alimentos tradicionais que estão ameaçados no mundo inteiro e são protegidos pela Organização Internacional Slow Food.

Bela Gil, especialista em alimentação natural, participa do Festival Terra Madre, em Turim.
Bela Gil, especialista em alimentação natural, participa do Festival Terra Madre, em Turim. André Frutôso/SDR-GovBA
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Rafael Belincanta, correspondente da RFI na Itália

Bela Gil, apresentadora e especialista em alimentos naturais, participou de um debate sobre alimentação para crianças neste último dia do evento. Ela revelou que vai morar na Itália pelo próximo ano, enquanto frequenta um mestrado na Universidade da Slow Food. À RFI, Bela falou sobre a importância de eventos como o Terra Madre.

“É bom para entender que não estamos sozinhos. O Terra Madre me trouxe muita esperança, pensar que em muitos lugares do mundo essa fortaleza está crescendo, do alimento bom, limpo e justo que o slow food defende”, afirmou.

Produtos regionais

Atualmente, a rede conta com mais de 1 milhão de ativistas em 140 países. No Brasil, são 20 as fortalezas de slow food, das quais 6 estão na Bahia. A delegação brasileira em Turim contou com mais de 100 pessoas, que trouxeram produtos típicos de diversas regiões do país para celebrar o tema do festival desta edição: “alimentos pela mudança”.

“Sou amiga de muitos produtores e acho que isso é muito importante para fortalecer essa rede, para fazer com que eles tenham força e lugar para expor seus produtos, que são incríveis, e que não conseguimos encontrar facilmente por questões de mercado”, acrescentou.

Sobre a importância de adquirir produtos diretamente dos produtores, Bela afirmou:

“É fundamental você saber quem está produzindo seu alimento, se tem veneno ou não. Conversar com o produtor para entender como é feito e de onde vem nos ajuda inclusive a conhecer novos alimentos. Eu venho trabalhando muito com as plantas alimentícias não convencionais e que conseguimos encontrar diretamente com os produtores que não as expõem ou vendem porque não tem demanda. Essa é uma maneira de ampliar o nosso cardápio e diversificar a nossa alimentação e aumentar a produção deles”.

Preferência por produtores locais

Bela sugere ao menos uma ida semanal a feiras e mercados para ajudar a diminuir a distância entre o produtor e o consumidor final.

“É uma maneira de pagar um preço justo pelo produto, não só do produtor receber um preço justo, sem passar pelos intermediários, é também uma maneira de valorizar o trabalho dele, é uma forma justa de comércio”, disse.

O último relatório da FAO sobre o Estado da Segurança Alimentar no mundo, divulgado no início deste mês, revela que 821 milhões de pessoas não têm o que comer. No Brasil, esse número chega a 5,2 milhões.

“Por falta de comida não é, sabemos que o mundo produz comida para alimentar 9 bilhões de pessoas – nós somos 7 bilhões –, a questão está na forma de produção e distribuição dos alimentos, que ainda está concentrada nas mãos de poucos. Enquanto houver essa centralização, a comida não vai chegar à boca de quem precisa”, explicou.

Mudança social

Alimentação saudável e produtos naturais são o ponto central dos estudos de Bela Gil, e por meio desse trabalho ela acredita fazer a sua parte para uma mudança social a partir dos alimentos.

“Vislumbro um futuro no qual as pessoas vão poder escolher o que comer e vão saber que é extremamente importante a escolha delas para que possamos criar um futuro mais saudável. Um dos meus grandes objetivos de vida é fazer com que todos possam escolher o que vão comer”, concluiu.

 

 

 

 

 

 

 

 

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