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Brexit/Reino Unido

“Beco sem saída”: pressionada dentro e fora de casa, Theresa May procura solução para o Brexit

No dia seguinte da cúpula de Salzburgo, onde a questão do Brexit esteve no centro de tensas discussões, a mídia do Reino Unido acredita que a primeira-ministra britânica tenha sido "humilhada" pelos líderes europeus e ressaltou as dificuldades enfrentadas pela chefe do governo. May se pronunciou nesta sexta-feira (21) em seu escritório em Londres: "Estamos em um beco sem saída". A premiê britânica espera novas propostas do campo dos europeus, às vésperas do Brexit.

A primeira-ministra britânica Theresa May pediu à União Europeia que apresente uma alternativa às suas propostas para o Brexit.
A primeira-ministra britânica Theresa May pediu à União Europeia que apresente uma alternativa às suas propostas para o Brexit. Jack Taylor/Pool via Reuters
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Amargura? Raiva? Para Theresa May, provavelmente um pouco dos dois. E mais do que nunca, um enorme nevoeiro que envolve o processo de divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) e ameaça dar xeque-mate nos planos da premiê britânica. Na quinta-feira (20), os líderes europeus confirmaram que os 27 membros da UE haviam rejeitado o plano britânico para o Brexit, “inaceitável do jeito que está”, disse o presidente francês, Emmanuel Macron.

Nesta sexta-feira, a imprensa britânica julgou severamente as conclusões da cúpula informal em Salzburgo e algumas mídias falam até de "humilhação" de Theresa May. Uma fotomontagem mostra os “gângsters da máfia europeia” na primeira página do jornal mais lido do Reino Unido, o The Sun. Emmanuel Macron, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, são apresentados como os "ratos de vendas" da União Europeia, segundo o jornal, carregando uma metralhadora que parece ter matado o chamado "Chequers", o plano de May para o Brexit, e ferido a primeira-ministra.

"Suas esperanças foram frustradas", diz o Financial Times. "A primeira-ministra foi humilhada", analisa The Guardian, que a mostra isolada com o casaco vermelho no meio dos trajes escuros dos chefes de Estado europeus, em Salzburgo. O Times também anuncia uma "revolta entre os Tories", o Partido Conservador de May, com uma nota de esperança: "um acordo ainda é possível em novembro”, de acordo com o jornal, “se e somente se a chefe do governo conseguir federar seu partido ".

Melhor ficar “sem acordo” do que com “acordo ruim”

Em um discurso de dez minutos em Downing Street, a primeira-ministra britânica Theresa May pediu à União Europeia que apresente uma alternativa às suas propostas para o Brexit e avisou que nunca aceitaria um desmantelamento do Reino Unido.

Para ela, as posições europeias sobre a questão das fronteiras irlandesas equivaleriam a separar a província britânica da Irlanda do Norte do resto do Reino Unido. O quadro econômico em que as futuras relações euro-britânicas devem ser definidas também ainda não está fixado. "Estamos em um impasse", disse a líder britânica em um comunicado. Ela reiterou que preferia uma saída da UE com um acordo sobre os termos do divórcio, mas reiterou ao mesmo tempo que preferia "uma falta de acordo a um mau acordo". Como resultado destas declarações, a libra se desvalorizou fortemente na sexta-feira em relação ao dólar e ao euro.

(Com informações da AFP e da correspondente da RFI em Londres, Marion L'Hour)

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