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Europa

Migração e Brexit dominam cúpula europeia na Áustria

Nenhum avanço durante os dois dias da Cúpula informal dos líderes europeus em Salzburgo, na Áustria. Uma reunião delicada, mas não decisiva. As questões sobre migração e Brexit dominaram a agenda dos dirigentes do bloco. Na coletiva final do encontro, nesta quinta-feira (20), o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que o novo plano de parceria econômica com a União Europeia (UE), proposto pela primeira-ministra britânica Theresa May, “não vai funcionar”.

Da esq. para a dir., o premiê português Antonio Costa, o premiê de Luxemburgo, Xavier Bettel, o presidente francês Emmanuel Macron e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, durante cúpula informal na Áustria, em 20 de setembro de 2018.
Da esq. para a dir., o premiê português Antonio Costa, o premiê de Luxemburgo, Xavier Bettel, o presidente francês Emmanuel Macron e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, durante cúpula informal na Áustria, em 20 de setembro de 2018. REUTERS/Leonhard Foeger
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Letícia Fonseca-Sourander , correspondente da RFI em Bruxelas

Tusk disse que o plano de May arrisca enfraquecer e prejudicar o mercado comum europeu. A líder britânica quer manter o mercado comum para mercadorias, não para serviços, o que a UE classifica como vantajoso demais para o Reino Unido.

Mesmo após quatro horas de trabalho, durante o jantar da quarta-feira servido no palco do belo teatro de Felsenreitschule, em Salzburgo, as posições dos chefes de Estado e governo dos 28 países sobre a questão migratória continuam divergentes. O projeto da Comissão Europeia de reforçar a Frontex, a Agência de Guarda Costeira e de Fronteiras do bloco não encontrou consenso.

A idéia de aumentar para 10 mil agentes – dos 1.500 já existentes – para poder controlar melhor o fluxo migratório nas fronteiras da União Europeia até 2020 não foi bem aceita pela Grécia, Espanha e Itália. Para o ultraconservador primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, “a medida violará a soberania da Hungria”.

Brexit

O Brexit foi outra questão abordada durante o jantar. A primeira-ministra britânica Theresa May defendeu o seu plano sobre a saída do Reino Unido do bloco e pediu para que Bruxelas se concentre em conseguir um acordo sobre o Brexit nos próximos dois meses. May afirmou que “assim como o Reino Unido avançou em sua posição, chegou a vez do bloco europeu fazer o mesmo”. Dar um passo adiante nas concessões não é bem o que o presidente francês, Emmanuel Macron vislumbra.

Macron pediu a seus colegas europeus para manterem a atitude firme em relação ao Brexit diante os pedidos de May. A líder conservadora acusa Macron de querer ver o Reino Unido sofrer. Depois da apresentação de Theresa May em Salzburgo, o presidente francês declarou que “deseja ver união e uma posição comum sobre o Brexit, coesão e um resultado até Novembro”.

Em Salzburgo, a premiê britânica disse que a UE está insistindo para que a Irlanda do Norte, um dos quatro países que faz parte do Reino Unido, permaneça sob as regras econômicas do bloco. Segundo o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apesar de alguns avanços, duas questões espinhosas ainda se mantêm sem solução: a fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, que integra o bloco europeu, e os laços econômicos pós-Brexit.

Em entrevista à imprensa britânica, dois líderes europeus – da República TCheca e de Malta – disseram que gostariam de ver o Reino Unido convocar um segundo referendo sobre o Brexit, na esperança de reverter o resultado do de 2016. Porém, May afastou qualquer possibilidade de prolongar a adesão à União Europeia.

O tempo para encontrar uma solução para o Brexit está esgotando. Uma reunião de cúpula extraordinária foi agendada para os dias 17 e 18 de novembro. Além dela, os líderes europeus deverão se encontrar em Outubro, em Bruxelas. A saída do Reino Unido está marcada para 29 de março de 2019, mas o acordo deve ser fechado ainda este ano para dar tempo de ser ratificado pelos dois Parlamentos: o europeu e o britânico.

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