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Exposição/ National Gallery

"Por que deixar as obras no depósito?": galeria de Londres faz turnê internacional de impressionistas para patrocinar reforma

A exposição “Impressionistas de Courtauld: de Manet a Cézanne” que a National Gallery de Londres inaugura na próxima segunda-feira (17) é mais do que uma mostra destinada a destacar a evolução da pintura moderna francesa desde os anos 1860 até o século XX. É a prova de que os museus pelo mundo desenvolvem políticas de longo prazo para administrar o seu acervo e o acesso ao público.  

A exposição “Impressionistas de Courtauld: de Manet a Cézanne”
A exposição “Impressionistas de Courtauld: de Manet a Cézanne” Captura de vídeo
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Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres
Das 40 obras em exibição, 26 pertencem à coleção permanente da Galeria Courtauld, que permanecerá fechada durante dois anos para grandes reformas. Esta é a primeira vez, em 70 anos, que estes quadros são apresentados pela National Gallery, vizinho famoso da galeria e o segundo museu mais visitado do país.

Georges Seurat Banhistas em Asnières 1884 Óleo sobre tela 201 × 300 cm Courtauld Fund, 1924
Georges Seurat Banhistas em Asnières 1884 Óleo sobre tela 201 × 300 cm Courtauld Fund, 1924 © The National Gallery, London

A pequena galeria   um dos pontos culturais inevitáveis da capital britânica   é menos conhecida das hordas de turistas que invadem a cidade. Mas tem um invejável acervo, sobretudo de impressionistas e pós-impressionistas, montado a partir das peças do empresário e colecionador Samuel Courtauld (1876-1947). É exatamente por isso que a galeria optou por aproveitar o momento das reformas para levar sua coleção por um longo périplo nacional e internacional.

Georges Seurat: Jovem mulher se maquiando, 1888-90 Óleo sobre tela 95,5 × 79,5 cm
Georges Seurat: Jovem mulher se maquiando, 1888-90 Óleo sobre tela 95,5 × 79,5 cm © The Samuel Courtauld Trust, The Courtauld Gallery, London

Turnê internacional

A exposição ocupará cinco salas da National Gallery até 20 de janeiro de 2019. Mas a viagem da Courtauld prossegue até Paris. A partir de fevereiro do ano que vem, 100 pinturas e desenhos de grandes da sua coleção estarão em exibição na Fundação Louis Vuitton, em Paris, e, em abril, outras obras partem para Tóquio para outra mostra que fará parte das comemorações do ano da cultura Japão-Reino Unido.

Pierre-Auguste Renoir Mulher, amarrando, sapato, aproximadamente, 1918 Óleo sobre tela 50,5 × 56,5 cm
Pierre-Auguste Renoir Mulher, amarrando, sapato, aproximadamente, 1918 Óleo sobre tela 50,5 × 56,5 cm © The Samuel Courtauld Trust, The Courtauld Gallery, London

À RFI, o diretor da galeria Courtauld, Ernest Vegelin van Claerbergen, contou que a estratégia é dar visibilidade à instituição e à importância do personagem Courtauld no desenvolvimento do gosto do Reino Unido pelo impressionismo. “A ideia é viajar o máximo possível e aproveitar esse momento em que estaremos com as portas fechadas. Por que deixar as obras no depósito?”, disse. Segundo ele, embora a galeria não tenha por objetivo obter lucros com as exposições internacionais, existe a expectativa de usá-las para atrair patrocinadores para as reformas.

Pierre-Auguste Renoir No Teatro (a primeira saída) 1876-7 Óleo sobre tela 65 x 49,5 cm, 1923
Pierre-Auguste Renoir No Teatro (a primeira saída) 1876-7 Óleo sobre tela 65 x 49,5 cm, 1923 © The National Gallery, London

A coleção também viajará dentro da Inglaterra. Exposições itinerantes farão o roteiro da fortuna de Courtauld, visitando cidades a partir das quais o empresário montou seu patrimônio, muitas delas bem menos abastadas do que a capital do país. “Queremos conectar o público dessas cidades, onde ele fez a sua fortuna, com a arte. Ele iria adorar a ideia. Esse era um dos grandes objetivos dele. Essa missão se perdeu um pouco ao longo dos anos”, afirma o diretor. Ele destacou que ao fundar a galeria, quando ainda era vivo, Courtauld fez questão de emprestar muitas vezes peças para sociedades educacionais.

Acervo do colecionador

O empresário também ajudou a formar o acervo de impressionistas da própria National Gallery. O museu também tem por objetivo, com esta exposição, relatar a visão, o gosto e a motivação de Courtauld ao montar com o mesmo entusiasmo duas grandes coleções: uma concebida para ele e a mulher, e a outra para o país. Destacam-se as telas “A bar at the Folies-Bergère (1882) e “Déjeuer sur l’herbe (1863-8), de Édouard Manet, “La Loge” (1874) e “La premiere sortie” (1876-7), de Auguste Renoir, “Bathers at Asnières” (1884), de Georges Seurat, e “A Wheatfield with Cypress” (1889), de Vincent Van Gogh.

Pierre-Auguste Renoir The Lodge (Caixa de Teatro), 1874 Óleo sobre tela 80 × 63,5 cm
Pierre-Auguste Renoir The Lodge (Caixa de Teatro), 1874 Óleo sobre tela 80 × 63,5 cm © The Samuel Courtauld Trust, The Courtauld Gallery, London

Ao longo dos próximos dois anos, essa será apenas a primeira parceira da Courtauld com a National Gallery, que concedeu uma sala onde serão exibidas exclusivamente as obras desta galeria. Além disso, 25 obras-primas da Courtauld ficarão em exposição durante todo o período das reformas junto com a coleção permanente da National Gallery.

Pierre-Auguste Renoir Retrato de Ambroise Vollard, 1908 Óleo sobre tela 81,6 × 65,2 cm
Pierre-Auguste Renoir Retrato de Ambroise Vollard, 1908 Óleo sobre tela 81,6 × 65,2 cm © The Samuel Courtauld Trust, The Courtauld Gallery, London

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