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Alemanha/crime

Alemanha: mulher é condenada por vender filho para pedófilos na "deep web", a internet invisível

Uma alemã foi condenada nesta terça-feira (7) a 12 anos e meio de prisão por prostituir e violentar o filho ao lado de seu cônjuge, um pedófilo reincidente, que também foi preso. Ela também cobrava para que outros agressores sexuais pudessem abusar do garoto. O caso gerou críticas sobre possíveis negligências das autoridades do país.

Redes de criminosos circulam na chamada "Darknet", a internet que não pode ser referenciada
Redes de criminosos circulam na chamada "Darknet", a internet que não pode ser referenciada DR/Wikipedia
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Além do casal, outras quatro pessoas foram condenadas nas últimas semanas a penas que variam de oito a 10 anos de prisão. Durante mais de dois anos, entre maio de 2015 e agosto 2017, Berrin Taha, 48 anos, e seu companheiro Christian Lais, 39 anos, um casal de desempregados alemães, ofereceram a pedófilos a possibilidade de abusar do menino na Darknet, como é chamada a internet invisível, que não pode ser referenciada pelas ferramentas de busca – e por onde circulam redes de criminosos.

O tribunal de Freiburg condenou a mãe e o padrasto. A Justiça também determinou medidas para dificultar a sua libertação o máximo possível. A mãe do menino, que atualmente tem 10 anos e vive com uma família adotiva, nunca explicou seus atos. O advogado de defesa tentou atenuar sua responsabilidade argumentando que Taha dependia de seu companheiro, o que foi rejeitado pelo tribunal.

O juiz Stefan Bürgelin considerou que a motivação inicial da mãe pode ter sido a continuidade do relacionamento com o cônjuge, mas também existiram "razões financeiras". O magistrado recordou que a mãe, no passado, também abusou de uma menina que ficou sob sua responsabilidade.

Denúncia anônima

O caso foi revelado após uma denúncia anônima em 2017. Depois, as confissões do padrasto, que já havia sido condenado por pedofilia e posse de material pornográfico com crianças, provocaram a detenção de vários clientes do casal, incluindo quatro alemães, um suíço e um espanhol. Christian Lais, o padrasto, pediu ao tribunal que sua pena inclua uma terapia.

Na segunda-feira, Javier González Díaz, um espanhol de 33 anos, foi condenado a 10 anos de prisão por ter violentado o menino várias vezes e filmado. Em troca de mais de € 10.000 pagos ao casal, o espanhol viajou pelo menos quatro vezes de seu país até Freiburg para cometer os crimes, nos quais o menino era "humilhado, insultado, amarrado, encapuzado e maltratado", afirmou o tribunal.

“Menino se recupera apesar das circunstâncias”

Os policiais esperam que o caso permita a detenção de outros pedófilos, com o apoio de vídeos e fotos de pessoas que cometeram os crimes e foram divulgadas na Darknet. O menino não tem nenhum contato com a mãe e "está bem apesar das circunstâncias", afirmou seu advogado. O casal terá que pagar € 30.000.

O serviço de proteção ao menor, a justiça e a polícia foram muito criticados no caso porque o padrasto Christian Lais estava proibido de qualquer contato com crianças depois de cumprir uma pena de quatro anos de prisão, que terminou em 2010 - por pedofilia.

As advertências do serviço social de que Lais vivia na mesma casa que Berrin Taha e seu filho não foram levadas em consideração pelas autoridades. "O caso não termina com esta decisão. Revela os fracassos judiciais e oficiais dos quais temos que tirar lições em escala nacional nacional", disse Johannes-Wilhelm Rörig, comissário do governo alemão para a luta contra a violência a menores.

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