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Catalunha

De volta a Bruxelas, ex-presidente da Catalunha quer continuar combate separatista

O ex-presidente separatista da Catalunha, Carles Puigdemont, retornou à Bélgica neste sábado (28), onde prometeu continuar "defendendo a justa causa do povo catalão". O independentista passou os últimos quatro meses detido na Alemanha, mas pôde deixar a detenção depois que a Justiça espanhola retirou o mandado de prisão contra ele. 

O ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, em coletiva de imprensa neste sábado (28), em Bruxelas.
O ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, em coletiva de imprensa neste sábado (28), em Bruxelas. REUTERS/Eric Vidal
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"Este não é o fim da viagem. Irei até o último rincão do nosso continente para defender a justa causa do povo catalão, a causa da democracia, a causa da liberdade, a causa da auto-determinação", declarou Puigdemont em inglês, em uma coletiva de imprensa na representação diplomática da Catalunha, em Bruxelas. 

Antes de sua coletiva de imprensa, o líder pró-independência se reuniu com membros do governo catalão e ex-ministros no exílio. Puigdemont também vai hoje a Waterloo, na periferia de Bruxelas, para uma cerimônia de boas-vindas.

Luta pela independência da Catalunha

Quatro meses depois de sua prisão na Alemanha, quando retornava à Bélgica depois de uma viagem à Finlândia, o líder catalão, de 55 anos, está de volta ao coração da Europa, reforçado pela decisão da Espanha de retirar o mandado de detenção europeu.

Puigdemont agora planeja liderar sua luta pela independência a partir de Waterloo, local da derrota de Napoleão em 1815 contra uma coalizão europeia. Ele ficará hospedado em um imponente prédio, chamado "Casa da República", que será a base a partir da qual ele tentará estabelecer um "Conselho da República", órgão oficial da causa separatista no exílio, visando internacionalizá-la.

Seu objetivo "é continuar a desenvolver atividades ligadas ao que o povo da Catalunha aprovou em 1º de outubro", em referência ao referendo de autodeterminação de 2017, proibido pela justiça e marcado pela violência policial.

"Minha viagem não terminará enquanto todos os prisioneiros políticos não forem libertados, ou enquanto os exilados não puderem voltar (para casa)", acrescentou Puigdemont.

A coletiva de imprensa foi realizada ao lado de seu sucessor Quim Torra, um separatista radical. Ele prometeu "novas derrotas no futuro à Espanha, se ela continuar" no caminho da repressão contra os separatistas catalães.

Odisseia separatista

O regresso de Puigdemont à Bélgica, onde chegou pouco depois que a Espanha assumiu o controle da Catalunha, na sequência do fracasso de uma declaração de independência em 27 de outubro de 2017, põe fim a uma odisseia que o levou à prisão na Alemanha.

Em julho, a justiça alemã finalmente se recusou a extraditá-lo por rebelião - punível com 25 anos de prisão -, mantendo apenas a acusação de utilização de fundos públicos para realizar o referendo legal.

O juiz de instrução na Espanha, onde nove líderes catalães seguem detidos, decidiu em 19 de julho retirar o mandado de prisão europeu contra Puigdemont e cinco outras personalidades independentistas na Bélgica, Suíça e Escócia. Por outro lado, o mandado de prisão para a Espanha foi mantido.

(Com informações da AFP)

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