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Linha Direta

"Nem sempre o melhor vence", alfineta capitão croata depois da final contra a França

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A festa que tomou conta da França com a conquista do segundo título de campeão mundial de futebol começou com o apito final da partida disputada neste domingo (15), em Moscou. Na saída do estádio Luzhniki, não apenas os franceses festejaram. Os torcedores croatas, apesar da derrota, também saíram comemorando a melhor campanha já realizada pelo país na Copa do Mundo.

Os franceses Kylian Mbappe e Lucas Hernandez comemoram o troféu depois de vencer a Copa do Mundo no Estádio Luzhniki, em Moscou, Rússia, em 15 de julho de 2018.
Os franceses Kylian Mbappe e Lucas Hernandez comemoram o troféu depois de vencer a Copa do Mundo no Estádio Luzhniki, em Moscou, Rússia, em 15 de julho de 2018. REUTERS/Kai Pfaffenbach
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Foi uma explosão de alegria nas arquibancadas onde milhares de franceses acompanharam a final em Moscou. A cerimônia da premiação aconteceu debaixo de muita chuva com a presença do presidente francês Emmanuel Macron. Foram muitas fotos dos campeões no gramado com a taça, mas ficou faltando a tradicional volta olímpica para apresentar o troféu aos espectadores.

Nada que tirasse o brilho de uma conquista que nem todos consideraram merecida. O capitão da Croácia, Luka Modric, eleito Bola de Ouro da Copa, alfinetou de leve os adversários dizendo que no futebol nem sempre o melhor vence. Modric estava visivelmente desconfortável na hora de tirar fotos com o atacante francês Mbappé. Aos 19 anos, ele foi eleito jogador revelação do torneio e se tornou o segundo atleta mais jovem depois de Pelé a marcar na final de uma Copa.

O jovem prodígio francês estava no grupo de jogadores que invadiu a sala de imprensa quando o treinador Didier Deschamps começaria a falar com os jornalistas. Foi uma nova demonstração da admiração pelo técnico considerado um dos grandes responsáveis por essa conquista. Mas para ele, o sucesso deve ser atribuído à atitude mental e psicológica dos jogadores. “Meu maior orgulho com essa equipe é que eles conseguiram ter um estado de espírito. E a mensagem que eu sempre martelei foi: Não desistir nunca”.

Deschamps entrou para a história também como terceiro homem depois do brasileiro Zagalo e do alemão Beckenbauer a erguer troféus de campeão do mundo como jogador e como treinador. Ele lembrou que sua conquista 20 anos atrás estará gravada para sempre na memória, principalmente por ter sido na França, mas valorizou a segunda estrela conquistada: “O que eles fizeram foi tão bonito e forte quanto em 98”.

Equipe croata fez melhor campanha da história

Em ampla maioria no estádio Luzhniki, vestidos com a inconfundível camiseta quadriculada de vermelho e branco, os torcedores da Croácia demoraram para deixar o local. Com muitos cantos e gritos de guerra, eles expressaram todo o orgulho pela seleção que fez a melhor campanha da história do pequeno país do leste europeu de 4 milhões de habitantes.

A jovem Ivanka Smojver estava emocionada. “Não posso dizer que estou triste. Eles jogaram demais do primeiro ao último segundo. É prata, mas o brilho é de ouro”, disse a torcedora Ivanka Smojver. Outro, torcedor, MIslav, veio da Croácia para a final. “Eles fizeram um grande torneio, todo muito está feliz e orgulhoso. Ele obtiveram um grande resultado”, disse.  Mislav, que veio da Croácia assistir ao jogo.

Até muitos brasileiros que compraram ingresso para a final, se comoveram com os croatas, como a paulista Mariana Vieira. “É muito bonito ver a festa e o orgulhos que eles têm da Croácia, foi lindo. A gente fica triste pelo Brasil, mas feliz em ver essas seleções saindo vitoriosas”, afirmou Mariana Viera, de São Paulo.

Vídeo-arbitragem

Foi a primeira Copa com o recurso da vídeo arbitragem, conhecida pela sigla Var, em inglês. Segundo o presidente da Fifa, o balanço foi positivo e confirma a evolução no futebol, embora seu uso tenha sido ferozmente criticado por treinadores como o português Carlos Queiroz, do Irã. Mas não se pode negar que a tecnologia corrigiu injustiças e foi decisiva para mudar o resultado de muitas partidas.

Na final, por exemplo, o recurso favoreceu a marcação de um pênalti para a França. A Copa russa também foi cheia de boas e más surpresas, como as eliminações precoces de várias seleções campeãs mundiais. Em entrevista à RFI, o ex-jogador e atualmente comentarista Casagrande fala de uma nova hierarquia no futebol.

“O que ficou bem claro para mim é que tem uma nova ordem chegando no futebol mundial. Croácia chegou na final com um grande time, França e Bélgica, com grandes times. Brasil, Argentina, Alemanha eliminados, a Itália nem veio para a Copa. Se essas seleções com mais histórias não começarem a fazer um trabalho mais intenso com os jovens, vão perder espaço. Tem novas seleções crescendo e jogares aparecendo”, diz Casagrande.

O especialista não tira o mérito da conquista da França, seleção que disputou três finais nos últimos cinco Mundiais. "Achei justo. A França mostrou um futebol muito rápido, envolvente. Grandes jogadores, Pogba, um fantástico jogador, Mbappé, um grande jovem jogador, Griezmann também. Uma equipe muito boa coletivamente. Foi a melhor seleção que se apresentou durante toda a Copa”, destacou.

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