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Linha Direta

Trump visita May no Reino Unido mas tenta fugir dos protestos em Londres

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chega ao Reino Unido nesta quinta-feira (12) para uma visita oficial de dois dias e um fim de semana de agenda privada. Várias manifestações contra o líder norte-americano estão programadas em Londres e em outros locais por onde ele deve passar.

Na véspera de chegar ao Reino Unido, o presidente americano, Donald Trump, esteve com a primeira-ministra britânica, Theresa May, na cúpula da OTAN em Bruxelas.
Na véspera de chegar ao Reino Unido, o presidente americano, Donald Trump, esteve com a primeira-ministra britânica, Theresa May, na cúpula da OTAN em Bruxelas. REUTERS/Yves Herman
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Maria Luisa Cavalcanti, correspondente em Londres

A primeira-ministra britânica, Theresa May, espera que a visita de Trump ajude a consolidar as relações com os Estados Unidos, no momento em que os britânicos se preparam para sair da União Europeia. May foi a primeira chefe de Estado do mundo a visitar Trump na Casa Branca depois que ele tomou posse e isso demonstra o quanto ela valoriza as boas relações com o presidente americano.

A primeira-ministra disse que o relacionamento com Washington será o mais importante para o Reino Unido nos próximos anos, principalmente nas áreas de comércio e segurança. Ela também deve cobrar de Trump uma postura mais incisiva em relação à Rússia, com quem os britânicos andam estremecidos por causa do recente envenenamento de um ex-agente russo na cidade de Salisbury.

Mas Trump chega em um momento em que May está fragilizada. Ela acaba de perder dois ministros cruciais em seu gabinete, por causa de desavenças em relação ao Brexit. Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, renunciou ao cargo, horas depois do pedido de demissão de David Davis, o ministro encarregado das negociações para o Brexit. Eles alegaram que os planos de May para a saída da União Europeia enfraquecem o país e não correspondem ao que a população esperava quando votou no referendo de 2016.

Por causa do Brexit, Londres sabe que precisa fortalecer suas alianças fora da União Europeia. No entanto, o novo ministro do Exterior, Jeremy Hunt, que antes era encarregado da pasta da Saúde, teve apenas três dias para se preparar para receber Trump. A atual crise interna do gabinete e do Partido Conservador não deixa a primeira-ministra em uma posição muito firme para negociar com os americanos. O próprio Trump reconhece isso e disse, esta semana, que o Reino Unido está “tumultuado” e que “cabe ao povo” decidir se May deve permanecer no cargo.

Vários protestos estão programados contra Trump

O presidente americano não é nada popular no Reino Unido, mas muitos britânicos consideram que May precisa manter seus esforços para se aliar com ele. Uma pesquisa do instituto YouGov mostrou que 67% dos entrevistados classificam Trump como um presidente ruim ou péssimo. Mas 47% acreditam que o governo britânico tem que trabalhar ao lado do americano. A mesma sondagem indicou que 55% dos britânicos aprovam a visita de Trump.

Nas redes sociais e nas ruas o sentimento parece ser outro: cerca de 60 mil pessoas são esperadas para a marcha Stop Trump, que deve percorrer o centro de Londres na sexta-feira (13). Outras 10 mil pessoas devem se reunir para uma marcha feminista, também no centro da capital. Os manifestantes tiveram autorização para erguer um balão gigante com a figura de Trump vestido como um bebê.

Cerca de 4 mil policiais foram mobilizados para fazer a segurança na cidade, em uma dimensão só vista em 2011, quando Londres foi tomada por uma onda de saques e protestos violentos.

Trump evita ficar em Londres para fugir de manifestantes

Esta é a primeira vez que Trump vem ao Reino Unido na condição de presidente. O plano inicial era que ele viesse para uma visita de Estado, que envolve honras e rituais como desfiles da cavalaria, decoração especial nas ruas e hospedagem no Palácio de Buckingham.

Foi assim, por exemplo, que foram recebidos o ex-presidente americano Barack Obama, em 2011, o líder chinês, Xi Jinping, três anos atrás, ou mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Contudo, por causa da enorme rejeição a Trump por parte da oposição e de muitos formadores de opinião britânicos, as autoridades optaram por uma visita oficial comum.

Nos últimos dias, os norte-americanos pediram alterações na agenda e foram acusados de estarem tentando evitar a proximidade dos protestos. Trump só passa algumas horas em Londres, esta noite, quando dorme na residência do embaixador americano, no centro da capital.

Na sexta-feira, ele se reúne com May em Chequers, a residência de campo oficial da primeira-ministra, no condado de Buckinghamshire. Ele também se encontra com a rainha Elizabeth no Castelo de Windsor. No fim de semana, ele deve ir para um campo de golfe na Escócia que faz parte de sua rede particular de resorts. Ali também ele é aguardado por manifestantes.

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