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Linha Direta

Merkel tenta salvar governo e se reúne com ministro do Interior

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A chanceler Angela Merkel reúne-se nesta segunda-feira (2) com seu ministro do Interior, Horst Seehofer, em uma última tentativa de salvar a coalizão que governa a Alemanha. Seehofer ameaçou renunciar por conta das divergências envolvendo a política para refugiados, que dificulta as condições de permanência no país.

A chanceler alemã, Angela Merkel, com o líder do grupo parlamentar do partido CDU CSU, Volker Kauder, durante uma reunião em Berlim. 26/06/18.
A chanceler alemã, Angela Merkel, com o líder do grupo parlamentar do partido CDU CSU, Volker Kauder, durante uma reunião em Berlim. 26/06/18. REUTERS/Hannibal Hanschke/File Photo
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Márcio Damasceno, correspondente da RFI na Alemanha

Depois de horas de reuniões neste fim de semana, o ministro do Interior disse que vai sair do governo e depois voltou atrás da decisão, dando uma "última chance" a Merkel. Ele afirmou que poderá mudar de posição depois de se reunir nesta segunda-feira (2) com a chanceler. O que não está claro é se a saída de Horst Seehofer, que também é líder do partido CSU, significará o fim da coalizão que sustenta Merkel. Seehofer faz parte da coalizão governamental, que inclui também os sociais-democratas.

Outra opção é que ele simplesmente seja substituído e a CSU permaneça apoiando a gestão Merkel. Segundo analistas, o fato de Seehofer ter ameaçado renunciar como ministro, mas também ao cargo de presidente de seu partido, pode ser um indício de que ele está perdendo prestígio entre uma ala de seu partido, contrária à sua saída do governo.

A questão central dessa briga entre Merkel e Seehofer é a proposta de rejeitar, já na fronteira, migrantes registrados em outros Estados europeus. Merkel é contra, afirmando que isso viola regras europeias e que tal medida só pode ser implementada mediante acordos com outros países da UE.

O ministro do Interior não se mostrou satisfeito com os acordos que a chanceler fez durante a cúpula europeia de Bruxelas, na semana passada. Merkel acertou com os governos de Espanha e da Grécia a "devolução" de refugiados que tenham sido cadastrados nos dois países e negociou acordos parecidos com migrantes de outros 14 Estados.

Horst Seehofer e sua CSU, que é partido-irmão da CDU de Merkel, querem endurecer as leis para refugiados. O objetivo é conquistar o eleitorado mais conversador, na Baviera, no sul da Alemanha. A CSU tem perdido votos para a ultradireita no estado e teme obter resultados ruins nas eleições regionais em outubro.

Situação é "absurda", diz mídia alemã

A mídia alemã diz que a crise entre dois partidos conservadores do governo beira o absurdo. A maioria dos jornais afirma que essas mais de duas semanas de brigas em torno do tema migratório na Alemanha não passa de um teatro político promovido por Horst Seehofer, que há cerca de 14 anos nutre uma conhecida rivalidade com Merkel, embora eles sejam de partidos que são aliados históricos.

A intenção do ministro, acredita a imprensa alemã, é derrubar a chanceler. Além disso, Seehofer, que busca conquistar seus eleitores adotando uma linha dura em relação aos refugiados, vem, pelo contrário, perdendo popularidade. As últimas pesquisas apontam que na Baviera, único estado em que a CSU atua, Merkel é agora mais popular que o próprio líder da CSU.

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