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Itália/Espanha

Navio com imigrantes recusados por Malta e Itália deve atracar na Espanha

O navio “Aquarius”, da ONG SOS Mediterrâneo, que socorreu 629 imigrantes à deriva neste final semana, deve desembarcar seus passageiros o mais rápido possível. A declaração foi dada nesta segunda-feira (11) pela diretora da associação, Sophie Beau, que alerta para as condições precárias a bordo.

O navio Aquarius da ONG SOS Mediterrâneo resgatou os imigrantes em diversas operações na madrugada deste domingo (10).
O navio Aquarius da ONG SOS Mediterrâneo resgatou os imigrantes em diversas operações na madrugada deste domingo (10). REUTERS/Antonio Parrinello/File Photo
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O navio resgatou os imigrantes na costa da Líbia no final de semana, mas a Itália e a ilha de Malta se recusaram a receber a embarcação. Nesta segunda-feira (11), a Espanha propôs receber os náufragos, mas por enquanto o Aquarius aguarda a autorização do Centro de Coordenação de Resgates de Roma para iniciar a travessia. “É nossa obrigação evitar uma catástrofe humanitária e oferecer um porto seguro para essas pessoas”, escreveu, em um comunicado, o governo espanhol. O navio deve desembarcar em Valência.

A proposta do governo espanhol foi vista com otimismo pela organização humanitária, mas a diretora lembrou que a situação é urgente. “São 1.300 quilômetros até a península ibérica”, lembrou Sophie Beau. “A comida no barco acaba amanhã e só teremos barras energéticas”, declarou. Segundo ela, o direito marítimo prevê um desembarque o mais próximo possível do local onde está o barco. Ou seja, na Itália ou em Malta. Entre os 629 imigrantes no barco, estão 123 menores desacompanhados, 11 crianças e sete mulheres grávidas.

“Itália vai começar a barrar imigrantes”

“Malta não recebe ninguém, a França expulsa seus imigrantes, a Espanha defende suas fronteiras com armas. A partir de hoje, a Itália também começará a dizer ‘não’ à imigração clandestina”, declarou o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, representante do partido Liga, de extrema-direita. Mais de 600 mil imigrantes chegaram à Itália de barco desde 2013. “Salvar vidas no mar é um dever, mas transformar a Itália em um enorme campo de refugiados não é”, completou. “Desta vez, alguém disse não”.

O ministro italiano também indicou que, atualmente, o navio Sea Watch 2, de uma outra ONG, que está na costa líbia, também terá o acesso proibido aos portos italianos. Para o ministro italiano dos Transportes, Danilo Toninelli, a decisão do governo de não receber o Aquarius é uma questão de “bom senso”, salientando que a “Europa deve assumir suas responsabilidades”.  Vincent Cochetel, representante da ONG Human Rights Watch, lembrou que “a questão da responsabilidade deve ser resolvida mais tarde.”

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