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Itália / Política / Governo

Presidente Italiano afirma não ter criado obstáculos para a formação de um novo governo

O presidente da República italiana, Sergio Mattarella, garantiu neste domingo (27) que ninguém pode dizer que ele tenha sido um obstáculo na formação de um novo governo. Ele convocou o economista Carlo Cottarelli, ex-funcionário do FMI, pouco depois de o advogado Giuseppe Conte renunciar ao cargo de primeiro-ministro, sem conseguir formar um governo de coalizão na Itália.

Presidente italiano Sergio Mattarella fala à imprensa após renúncia do primeiro-ministro,recentemente nomeado, Giuseppe Conte. Palácio do Quirinal, Roma, 27 de maio de 2018
Presidente italiano Sergio Mattarella fala à imprensa após renúncia do primeiro-ministro,recentemente nomeado, Giuseppe Conte. Palácio do Quirinal, Roma, 27 de maio de 2018 REUTERS/Alessandro Bianchi
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“Tentei facilitar ao máximo os esforços para chegar a formação de um novo governo”, afirmou Mattarella à imprensa, após Giuseppe Conte, que tinha sido nomeado para esta missão, renunciar. “Há uma maioria parlamentar (após as eleições legislativas de 4 de março) entre o Movimento 5 Estrelas (antissistema) e a Liga (extrema direita) que, mesmo separados durante as eleições, conseguiram chegar a um acordo após um longo trabalho em torno de um programa”, completou.

“Esperei o tempo que me foi pedido para chegar a um acordo e pedir a aprovação das respectivas bases de militantes”, clamou Mattarella, antes de reafirmar que em nenhum momento colocou entraves durante o processo. Mas, as duas partes não chegaram a um acordo sobre o Executivo e, em particular, sobre o nome para guiar a terceira maior economia da zona do euro. “Aceitei todas as propostas na nomeação de ministros, com a exceção do ministro da economia”, disse Mattarella se referindo ao economista Paolo Savona, de 81 anos, conhecido por suas posições eurocéticas, o que preocupa os mercados financeiros e as autoridades da União Europeia.

"É inútil votar na Itália. Os governos são decididos pelos lobbies financeiros. Trata-se de uma posição inédita das instituições", reagiu Luigi Di Maio, líder do M5E. "Somos um país com uma soberania limitada", criticou o líder da Liga, Matteo Salvini. "Trabalhamos durante semanas para dar à luz a um governo que defenda os interesses dos cidadãos italianos. Mas alguém nos disse não", reagiu.

Um novo nome

Em uma mensagem oficial, o presidente Mattarella explicou que pediu como candidato para a pasta estratégica um experiente político, e não um "defensor da saída da Itália do euro", pois "isso põe em risco as poupanças dos italianos", apontou. Mais tarde, a Presidência anunciou a convocação de Cottarelli, de 64 anos, que foi funcionário de alto escalão do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ganhou o apelido de "Sr. Tesoura" quando foi encarregado da revisão das despesas públicas do país no governo de Enrico Letta (centro-esquerda), em 2013.

Na Itália, o presidente aprova a lista de ministros de acordo com a ordem política do país. Esse enfrentamento entre dois partidos e o presidente da República é inédito. As formações M5E e Liga, os dois partidos mais votados nas eleições, chegaram, após semanas de negociações, a um complexo acordo político, bem como à formação de um Executivo, que o presidente Mattarella acabou não aceitando. Mattarela finalizou o domingo dizendo ter sido informado que "as forças políticas querem novas eleições rapidamente”. “É uma decisão que vou tomar somente após observar o que acontecerá no parlamento” completou Mattarella.

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