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Economia/ Europa

UE reage a ameaças de sanções dos EUA a investidores no Irã

A União Europeia estuda um contra-ataque para evitar uma guerra comercial com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que avança para limitar o impacto econômico da saída dos americanos do acordo nuclear iraniano. Um processo para bloquear os efeitos das sanções de Washington às empresas europeias que investem no Irã será lançado nesta sexta-feira (18).

Presidente francês, Emmanuel Macron, não está disposto a ceder a ameaças comerciais de Donald Trump.
Presidente francês, Emmanuel Macron, não está disposto a ceder a ameaças comerciais de Donald Trump. REUTERS/Stoyan Nenov
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Os dois temas dominaram uma reunião de cúpula do bloco europeu com os Bálcãs, realizada na Bulgária. “Nós devemos agir agora”, declarou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao final do encontro. “É por isso que lançaremos o processo de lei de bloqueio, o ‘blocking status’ de 1996, que visa neutralizar os efeitos extraterritoriais das sanções americanas”, afirmou Juncker.

Essa ferramenta é uma regra europeia criada, inicialmente, para contornar as sanções americanas a Cuba, e que pode ser adaptada ao caso iraniano. Ela permite às empresas e tribunais europeus não serem submetidos a sanções adotadas por outros países de fora do bloco. Juncker indicou que o processo será lançado já nesta sexta-feira (18).

Com a retirada americana do acordo nuclear iraniano e a volta das sanções econômicas de Washington a Teerã, instituições financeiras dos Estados Unidos, inclusive a FED (Banco Central), devem retaliar as companhias internacionais que continuarem a comercializar com o Irã. Desta forma, diversas empresas já planejam se retirar de Teerã, por temor dos prejuízos em relação aos Estados Unidos. O efeito cascata faz parte do objetivo de Trump de isolar os iranianos no cenário internacional.

Russos e chineses determinados a continuar negócios

Além da União Europeia, outras regiões do globo também se movem para não romper os vínculos comerciais com o Irã, que prosperaram desde a assinatura do histórico acordo nuclear, em 2015, ao derrubar as sanções em vigor. A União Econômica Euroasiática, uma aliança liderada por Moscou e integrada por várias ex-repúblicas soviéticas, assinou um acordo preliminar para a criação de uma zona de livre-comércio com o Irã.

A China, maior parceira comercial de Teerã, também pretende fortalecer suas relações com os persas – o que fragiliza ainda mais as relações delicadas de Pequim com Washington, desde que Trump assumiu a Casa Branca.

Barreiras tarifárias ao aço e ao alumínio

Em reação à promessa de Trump de elevar as taxas de importações de aço e alumínio, líderes europeus afirmaram estar dispostos a aumentar a abertura dos mercados do bloco para os Estados Unidos, na tentativa de não acentuar uma guerra comercial com os americanos. A União Europeia está temporariamente excluída desse aumento de tarifas, na expectativa de um entendimento entre as duas potências. O prazo para as negociações, determinado por Trump, se encerra em 1º de junho.

Os franceses preferem não ceder às ameaças do líder americano, mas os alemães querem evitar qualquer guerra comercial com Washington. Para o presidente francês, Emmanuel Macron, as taxas, somadas às ameaças de sanções às empresas europeias que comercializam com o Irã, são "grandes testes à soberania" da Europa. “Nenhuma discussão sobre as questões comerciais poderá ocorrer com os Estados Unidos sem a obtenção de uma exclusão permanente das taxas para o aço e o alumínio”, advertiu Macron.

Com informações da AFP

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