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Linha Direta

Merkel faz última tentativa de convencer Trump a evitar guerra comercial

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A chanceler alemã, Angela Merkel, está em Washington nesta sexta-feira (27) para se reunir com o presidente americano, Donald Trump. A visita de Merkel está sendo considerada a última tentativa europeia para convencer Trump a preservar a União Europeia (UE) das sanções comerciais às importações de aço e alumínio. Porém, ela tem poucas ilusões de mudanças na posição do governo Trump.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente americano, Donald Trump, nutrem uma antipatia mútua.
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente americano, Donald Trump, nutrem uma antipatia mútua. REUTERS/Jonathan Ernst/File Photo
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Da correspondente em Bruxelas

O presidente francês, Emmanuel Macron, acabou de se encontrar com Trump e não conseguiu nenhum avanço na questão. Enquanto Macron foi tratado como convidado de honra durante três dias, a reunião entre Merkel e Trump deve durar menos de meia hora, seguida de um almoço de trabalho. Não é segredo revelar a antipatia mútua entre os dois líderes.

Além da pauta econômica, a chanceler alemã deve ainda tentar convencer Trump de encontrar uma solução alternativa para que o acordo nuclear com o Irã seja preservado.

A partir de 1º de maio, o governo americano pretende implementar tarifas alfandegárias de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importado. O projeto é uma das promessas de campanha do republicano, que busca basicamente proteger indústrias vitais dos Estados Unidos (EUA).

O crescimento da produção de aço e alumínio em outros países, especialmente na China, tem derrubado os preços e afetado os produtores americanos. Para o Departamento de Comércio dos EUA, esta situação representa uma ameaça à segurança nacional. Trump costuma dizer que o que foi permitido durante décadas de políticas comerciais “é uma desgraça”.

O anúncio sobre as sanções comerciais feito pela administração Trump, no início de março, caiu como uma bomba para a União Europeia, China, Brasil, Canadá, Argentina, México, Austrália e Coreia do Sul, os principais exportadores deste produtos para os EUA.

Retaliação à vista

A Europa será a mais afetada pelas barreiras. Mesmo assim, Bruxelas não está disposta a fazer concessões. Na semana passada, a União Europeia decidiu recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). O bloco solicitou a abertura de consultas sobre as medidas protecionistas do governo americano. No final de março, Trump autorizou a suspensão das tarifas até dia 1º de maio. Bruxelas quer uma isenção permanente. A União Europeia inclusive pediu aval da OMC para aplicar medidas retaliatórias e impor tarifas em produtos americanos icônicos, incluindo marcas de uísque e motocicletas da Harley Davidson, caso os EUA implementem as sanções.

A Europa vende em média 5,5 milhões de toneladas de aço aos EUA e uma barreira poderia custar US$ 2,5 bilhões por ano ao país. Donald Trump insiste em afirmar que se a UE não retirar “as barreiras horríveis e tarifas aos produtos dos EUA, nós taxaremos os carros europeus”. Tudo indica que Washington e Bruxelas estão a um passo de uma guerra comercial.

Os EUA querem concessões da indústria automobística para não impor as tarifas ao aço e alumínio. Às vésperas da visita de Merkel à Washington, um assessor da Casa Branca ressaltou que “é muito importante que alguns de nossos amigos façam algumas concessões a respeito de práticas comerciais, tarifas e impostos. Por exemplo, um tratamento igualitário para os automóveis na União Europeia”. No entanto, Bruxelas voltou a afirmar que não fará concessões comerciais para conseguir uma isenção.

Caso as tarifas ao aço e alumínio sejam impostas, o bloco estaria pronto para responder em menos de 90 dias com suas próprias tarifas e salvaguardas, além do recurso na OMC. O que mostra que a possibilidade de um acordo entre europeus e americanos parece remota.

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